Sociedade

Isabel Damasceno eleita com 78,9% dos votos e torna-se a primeira presidente da CCDRC escolhida por sufrágio

15 out 2020 11:20

Ex-autarca de Leiria promete "tudo fazer" para a afirmação, "cada vez maior" da região Centro no contexto nacional.

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Isabel Dasmaceno teve a votação mais elevada entre os cinco presidentes eleitos
DR
Maria Anabela Silva

A antiga presidente da Câmara de Leiria foi eleita, esta terça-feira, presidente da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional (CCDR) do Centro, cargo que já ocupava, mas por nomeação. Naquelas que foram as primeiras eleições para a função, Isabel Damasceno obteve 78,9% dos votos, o valor mais elevado registado nas cinco CCDR, sendo que no Alentejo houve dois candidatos, ao contrário do que aconteceu em todas as outras regiões onde existiu apenas um concorrente. A ex-autarca torna-se, assim, a primeira presidente da CCDR do Centro eleita pelos autarcas da região.

De acordo com a informação divulgada pela Direcção-Geral das Autarquias Locais (DGAL), na CCDRC votaram 2.420 autarcas, entre presidentes de Câmara e de Junta e deputados municipais de 77 concelhos dos distritos de Leiria, Aveiro, Castelo Branco, Coimbra, Guarda e Viseu. Destes, 1.909 aprovaram o nome de Isabel Damasceno, registando-se 416 votos brancos e 95 nulos.

Para Isabel Damasceno, trata-se de “um resultado honroso”, que “demonstra o sentir do colégio eleitoral para que desse continuidade ao projecto, tendo em conta os tempos complicados que aí vêm”, em termos de gestão de fundos, com a conclusão de um quadro comunitário, o início de outro e a execução do programa de recuperação.

A dirigente considera, por isso, que a eleição lhe traz “uma enorme responsabilidade” e promete “fazer tudo pela região Centro, para que tenha uma afirmação, cada vez maior, no contexto nacional”.

Neste sufrágio foi também eleito um dos dois vice-presidentes das CCDR, sendo que, no Centro, a escolha recaiu no geógrafo Jorge Marques de Brito, actual secretário executivo da Comunidade Intermunicipal da Região de Coimbra. O segundo será nomeado pelo Governo.

Apesar de ser formalmente uma eleição, os candidatos resultaram maioritariamente de um acordo entre o Governo e o líder da oposição, Rui Rio, e o sistema não é consensual, tendo havido vários apelos ao boicote.

Em Leiria, Fábio Seguro Joaquim, deputado eleito nas listas do CDS-PP à Assembleia Municipal, recusou-se a participar na votação, por considerar que este processo “consubstancia uma farsa democrática”, porque o eleito “não responderá perante quem o elegeu”.

Também em sinal de discordância pelo modelo escolhido, o Bloco de Esquerda votou em branco. No distrito, partido tem representantes eleitos , nomeadamente em Leiria, Marinha Grande, Nazaré e Caldas da Rainha.

“Independentemente do perfil técnico-político das figuras propostas pelo PS e PSD, este conluio de dois partidos políticos põe em causa uma dos principais marcas do voto democrático, a possibilidade dos eleitores (no caso as/os deputadas/os municipais) poderem exercer o acompanhamento e avaliação do trabalho das presidências das CCDR’s”, alegam os bloquistas.

Numa publicação na rede social Twitter, o primeiro-ministro referiu-se às eleições como "um grande passo na descentralização e decisivo na democratização da elaboração dos Programas Operacionais Regionais 2030".