Sociedade

Jardim da Almoinha vai ser uma realidade em 2018

16 mar 2017 00:00

O projecto é da autoria do arquitecto Rui Ribeiro.

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A Câmara de Leiria aprovou hoje o projecto do Jardim da Almoinha Grande, uma aspiração que tem já 25 anos, cujo investimento será superior a 2,2 milhões de euros.

Segundo explicou o vereador Ricardo Santos, o espaço verde, que tem uma área de quatro hectares e uma extensão de mais de meio quilómetro, prevê a plantação de 547 novas árvores, de quase 1.900 novos arbustos, um lago e a continuidade de percursos pedestres ao longo do rio Lis, estando garantidas as acessibilidades a pessoas com mobilidade reduzida ou condicionada.

Ricardo Santos salientou que uma das mais-valias do projecto é a "naturalização das linhas de água existentes", nomeadamente da Ribeira do Amparo, e a "utilização de materiais e espécies vegetais autóctones".

Salientando que será dado um "enfoque aos caminhos pedonais", o vereador do PS destacou ainda as sementeiras de prado relvado, prado húmido e de plantas aquáticas, estas que irão "contribuir para o tratamento da água".

Também está garantida, "pela diferença de quotas, a protecção da envolvente das cheias e garantia de bacia de retenção de emergência".

O jardim contempla também um parque infantil e mobiliário urbano, assim como um espaço com uma grande clareira e um anfiteatro ao ar livre.

Ludoteca, quiosques de apoio, um lago naturalmente alimentado, depurado e mantido através da vegetação ripícola e um açude, que contribui controlo do nível de água em caso de cheias, são outros espaços que o parque contempla.

O vereador do PSD, Álvaro Madureira, afirmou que o projecto "só peca por tardio" e questionou a qualidade da água da Ribeira do Amparo.

O arquitecto autor do projecto, Rui Ribeiro, disse que a qualidade da água da Ribeira do Amparo tem qualidade, podendo ver-se "pelo fundo que é de areia, o tipo de vegetação ripícula" e pela presença "de um bichito que anda à superfície, os chamados alfaiate".

"Quando tem o alfaiate à superfície da água é porque ela tem qualidade."

Uma das mais-valias do projecto é possibilitar ainda a organização de actividades urbanas, como o Mercado do Levante, e iniciativas de lazer e desporto informal, eventos, pequenas feiras e concertos.

O prazo de execução da empreitada é de um ano. O projecto está associado a financiamento comunitário e integrado no Plano Estratégico de Desenvolvimento Urbano.

Recordando o historial do Jardim da Almoinha, durante a apresentação foi referido que até ao final do século XX, a zona em causa havia sido parte remanescente do sistema de aproveitamento agrícola do vale do Lis. Hoje, toda a envolvente encontra-se urbanizada.

A primeira proposta concreta data de 1995, na sequência de um estudo realizado pelo historiador Jorge Estrela (já falecido) e pelo arquitecto Rui Ribeiro.

Em 2004 foi apresentado um novo projecto, adaptado às infraestruturas criadas no âmbito do campeonato europeu de futebol, onde se incluía a Ponte Euro 2004 e o Centro Nacional de Lançamentos.

O atual executivo municipal decidiu em 2015 desenvolver este projeto, adaptado à realidade atual, de forma a aproveitar os financiamentos disponíveis para este investimento público, garantindo que este fosse exequível e indo ao encontro das expectativas criadas junto da população há mais de duas décadas.