Desporto
Laura Pereira: aluna de cincos na Marinha Grande e craque de bola no pé no Sporting
Nem a pandemia trava a demanda dos maiores clubes do País pelo talento regional
As provas dos escalões mais jovens estão há muito paradas. Os treinos, quando há, também não são mais do que amostras do que eram quando não se imaginava que vinha uma pandemia a caminho. Nada disto fez parar, no entanto, a secção de futebol feminino do Sporting, que continua a trabalhar para não deixar ninguém para trás.
Se antigamente o trabalho era feito um pouco à distância até ao momento em que consideravam ser absolutamente decisivo passarem a jogar de verde e branco, agora as coisas são um pouco mais difíceis. No entanto, existe a necessidade de prosseguir com o recrutamento para que esta geração não se perca.
Nos últimos tempos, de resto, tem comunicado de forma regular novos contratos de formação com talentosas miúdas. Da região de Leiria têm sido, de resto, aos magotes, a última das quais Laura Pereira, uma médio de 14 anos oriunda do Atlético Clube Marinhense.
“Estou muito feliz. É um sonho tornado realidade. Vou fazer de tudo para satisfazer os desejos da equipa e do clube”, diz a jogadora.
Como quase todas as colegas, entre elas a guarda-redes Ana Filipa Alves (ex-União da Serra), Maria Francisca Martins (ex-União de Leiria), Dária Kaminska e Isabel Cardoso (ex-Atouguiense) ou Matilde Nave (ex-Academia CCMI) e Simone Novo (ex-Maceirinha), durante quase todo o percurso jogou no meio de rapazes, o que a fez “aprender muito”, pois são “fisicamente mais evoluídos”.
Quando as restrições se levantarem, terá finalmente a oportunidade de jogar pela primeira vez numa equipa totalmente feminina.
O grupo já é grande, o que facilitará a vida dos pais neste vaivém entre a capital e a região.Para já, treina via zoom três vezes por semana com as sub-15 leoninas.
Ela que até começou a jogar à bola com os colegas da escola porque não apreciava as brincadeiras das raparigas. “Sempre gostei mais de futebol de que de bonecas”, explica.
Aluna do 9.º ano na Calazans Duarte, de “tudo cincos”, passou pelo ballet, pela natação, ganhou o corta-mato escolar, mas é de pontapés que realmente gosta.