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Linda Martini estiveram em Leiria a preparar o próximo álbum
Oito dias de residência no espaço Serra, nos arredores de Leiria, deram aos Linda Martini o primeiro esboço do disco que vai suceder a "Errôr"
“Saímos com meio esqueleto do disco feito, se decidirmos assumir estas músicas depois”, adianta Hélio Morais ao JORNAL DE LEIRIA. Os trabalhos de Linda Martini para materializar o sucessor de Errôr, o mais recente longa duração da banda de Lisboa, lançado em Fevereiro de 2022, começaram no espaço Serra, na Reixida. Oito dias de procura, composição e registo, em que, pela primeira vez, Rui Carvalho (nome artístico, Filho da Mãe, que se juntou ao grupo depois da saída de Pedro Geraldes) participou no processo de composição desde a raiz, o que, por outro lado, acontece “com o balanço” de vários meses a tocar ao vivo com Hélio Morais, André Henriques e Cláudia Guerreiro.
“A vida do Errôr ao vivo sempre foi com o Rui e na verdade o Rui acabou por compor em cima das canções que já existiam”, salienta André Henriques. Ou seja, “a persona dele e a forma dele tocar guitarra” já são familiares para os restantes elementos do colectivo.
“Estamos a fazer a experiência de nos habituarmos a tocar juntos para compor”, conclui Rui Carvalho. E “está a correr bem”.
A residência com horizonte no próximo álbum iniciou-se a 8 de Maio e prolongou-se até à última segunda-feira, dia 15.
“É a maneira mais fácil de nos juntarmos”, explica André Henriques, o modo mais eficiente de sair da rotina e de outros projectos pessoais para “estar o dia inteiro” com foco nos Linda Martini. “É um trabalho contínuo, mais produtivo”, assinala Rui Carvalho. “Começar a trabalhar cedinho, deitarmo-nos com as músicas na cabeça”.
“Aqui ficamos com as bases daquilo que poderá ser esse tal disco”, resume André Henriques. O que está pela frente é ainda um mundo de possibilidades: “Tanto instrumentalmente como na componente dos textos tentamos sempre fazer coisas que não fizemos [antes]”.
Da Reixida, arredores de Leiria, levam seis temas com estruturas que se começam a definir, “para depois na sala de ensaios” poderem “experimentar com um bocadinho mais de critério”, comenta Hélio Morais.
Na fase de produção, “as coisas mudam” e, entretanto, muito pode acontecer, a caminho de um LP que, muito provavelmente, não vai chegar ao público antes de 2024.