Sociedade

Mangorrinha defende criação em Caldas de Parque das Artes e da Saúde

29 out 2023 08:00

Arquitecto propôs ainda a criação de um “Parque de Exposições e Feiras” no perímetro urbano

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Arquitecto Jorge Mangorrinha defende a criação de novo balneário termal
DR
Jacinto Silva Duro

O professor universitário e arquitecto Jorge Mangorrinha participou, recentemente, no evento European Thermal Heritage Day (ETHD), em Mondariz (Espanha), onde defendeu a necessidade de Caldas da Rainha “recuperar o tempo perdido e o estatuto de cidade termal”.

Nascido e ex-vereador nesta cidade, o investigador, que se especializou em turismo, centrou a sua exposição na ideia de que o termalismo e as actividades associadas “são a base de uma cultura e de uma economia distintas para as Caldas da Rainha, nos quadros regional e nacional” e afi„rmou a necessidade de se criar um novo balneário termal, aplicando os mais recentes conhecimentos nas áreas de projecto, de investimento e da gestão, “abrindo uma nova contemporaneidade através do termalismo”.

“Um microcosmo denominado ‘Parque das Artes e da Saúde das Caldas da Rainha’, como defendo, confere uma maior dimensão espacial e reforçará a legibilidade do valor histórico e cultural de uma unidade territorial que, através das artes e do termalismo, diferencia Caldas da Rainha da generalidade das cidades médias portuguesas.

As suas origens estão ali, à volta do primeiro e mais antigo hospital termal do mundo.”

Mais aquistas trazem mais consumidores para a cidade termal

Jorge
Mangorrinha

Mangorrinha alertou ainda para a urgência de valorização do conjunto termal e centro histórico, além de se fomentar a identi„cação, protecção e salvaguarda dos elementos circundantes de valor arquitectónico, histórico e arqueológico.

“Trata-se de salvaguardar o Parque D. Carlos I, com a necessidade de espaços alternativos para eventos, por conflito de usos e pela necessidade de estacionamento, bem como de eliminar as dissonâncias no ambiente urbano, defi„nindo os critérios e situações a ser recti„ficadas, de forma a restabelecer a coerência formal do conjunto onde se inserem”, explicou, propondo a criação de um “Parque de Exposições e Feiras” no perímetro urbano.

O aproveitamento de energias renováveis na construção, a preservação dos valores patrimoniais e a valorização da ecologia, do património hidrogeológico e a recuperação dos espaços públicos, fizeram, igualmente parte da sua comunicação, no ETHD.

O arquitecto sublinhou a necessidade de um desígnio comum para a comunidade, promovido pelos principais protagonistas sociais e políticos, assente numa “gestão programada, motivadora, exemplar e pedagógica” e na moderação e busca de convergências.

Doenças da civilização

Na actualidade, a procura por termas, explica Jorge Mangorrinha, “revela-se na integralidade do corpo, da saúde, do bem-estar humano e social, com a emergência de doenças normalmente inscritas na designação de doenças da civilização”.

O termalismo é comparticipado pelo SNS, mas a estadia numa estância termal envolve custos de alojamento.

Se a comparticipação melhorasse, ajudaria as termas.

“A procura subiria e a economia seria beneficiada. Mais aquistas trazem mais consumidores para a cidade termal”, beneficiando a economia e o território.