Sociedade
Marcelo Rebelo de Sousa afirma que sem-abrigo e pobreza são "fracasso da sociedade"
Presidente da República acredita que é possível acabar com os sem-abrigo
O Presidente da República afirma que a existência de sem-abrigo e de pobreza é um sinal do "fracasso" da sociedade, salientando que há condições para erradicar esta “ferida social” dos sem-abrigo, num “prazo razoável”.
“Continuamos a ter condições para poder dizer que não é uma realidade que não esteja ao nosso alcance: fazer tudo para num prazo razoável erradicar esta ferida social, esta chaga social, este fracasso social, de todos nós. Não é o único, há outros fracassos. A pobreza, em geral, é um fracasso numa sociedade”, afirmou Marcelo Rebelo de Sousa, no encerramento do Encontro Nacional da ENIPSSA – Estratégia Nacional para a Integração das Pessoas em Situação de Sem-Abrigo, que decorreu durante o dia de hoje em Leiria.
A crise que o País está a enfrentar neste momento é para Marcelo Rebelo de Sousa "mais complexa" do que a situação que a sociedade enfrentou durante a "fase mais crítica da pandemia".
“Sabemos que a dificuldade agora chama-se consequências da guerra, somadas às consequências da pandemia, que ainda duram mais do que nós pensamos, nomeadamente na saúde mental", constatou, ao antever a possibilidade de "um aumento do risco de pobreza e um aumento do risco de casos de sem-abrigo, com modalidades muito diferentes entre si”.
A prioridade para o chefe de Estado é, "em termos concretos, a habitação”
“A habitação era menos complicada em 2016, 2017 e 2018, do que passou a ser a partir de 2019, onde os preços do turismo” encareceram a habitação”, dificultando o “acesso à habitação”, que “corresponde aquilo que é o sonho das pessoas que querem de facto viver uma casa”.
Mas, alertou que não pode ser “uma casa que fica a 50 quilómetros sem meios para poderem aceitar essa proposta, sob pena de ficarem num gueto”. “Estão a ser convidados a ir para um gueto e esse problema, como se sabe, agravou-se e por todo o País. Primeiro nos polos metropolitanos e nos polos urbanos, e depois nos suburbanos”, reforçou, apontando como uma real “prioridade”.
Para o chefe de Estado, é também preciso “ir mais longe do que já se vai na componente da saúde, na empregabilidade, sempre que possível, e muito mais longe na participação cívica, ou seja, mais longe na prevenção”.