Viver
Maria João Franco. O primeiro livro de poesia chega aos 80 anos e cruza-se com a pintura
Apresentação esta segunda-feira na livraria Arquivo

Um livro e uma exposição no mês da liberdade, Abril, levam o universo de Maria João Franco para a livraria Arquivo, em Leiria, onde a artista plástica vai apresentar, pela primeira vez, poemas que escreveu nas últimas décadas, em agendas e blocos de apontamentos, agora reunidos de modo inédito sob o título Navegantes do Silêncio.
“Pelo menos no que me diz respeito, uma pessoa, para criar, tem de estar isolada”, diz a autora ao JORNAL DE LEIRIA. “Há uma linha estética, que é muito minha, que eu sigo instintivamente.”. O ambiente dos textos “tem um erotismo que se liga com as ilustrações”.
Na nota que faz publicar com a capa, Maria João Franco vai mais longe na observação: “A poética da minha escrita cola-se de forma íntima com a linguagem plástica. Se o não fora, perder-me-ia algures em vulgaridades, digo eu, mundanas”. E logo a seguir: “Mostro-me como espelhada e nua aos olhos do mundo”, admite. “Será, talvez, a singularidade, a colagem entre o Eu e eu própria”.
Em Navegantes do Silêncio, com lançamento agendado para esta segunda-feira, 14 de Abril, pelas 18:30 horas, na livraria Arquivo, descobrem-se 60 poemas, de diferentes períodos ao longo de anos. “Que fui fazendo, normalmente, no ateliê, muitas vezes enquanto estava a descansar da pintura”. O conjunto “não é construído racionalmente”, explica Maria João Franco. Pelo contrário: “As palavras correm como a água e eu vou escrevendo rapidamente”.
A marcar uma data especial – os 80 anos da artista plástica nascida em Leiria –, a edição de poemas até agora na esfera privada é acompanhada de uma exposição, também na Livraria Arquivo.