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Mercado Medieval de Óbidos dá vida à História
Entre cantigas, bravuras e manjares, o Mercado Medieval de Óbidos transporta o público para a Idade Média, enredando-o no romance entre D. Inês e D. Pedro

O Mercado Medieval de Óbidos regressa este ano, entre os dias 17 e 27 de Julho, com uma edição que recria uma das “mais célebres” histórias de amor da cultura portuguesa, nota o município. A experiência alia a “emoção do espectáculo à reflexão histórica”, contando, para tal, com a presença de mais de 40 grupos de música, teatro, dança e artes circenses.
Os participantes, trajados com as vestes típicas da época, se assim o desejarem, terão a oportunidade de se entrelaçar na paixão proibida entre D. Pedro e D. Inês de Castro, envolta em tragédia e injustiças de afectos.
Em honra dos amados, ergue-se um Serão Real — um “brinde ao amor verdadeiro, que nem o tempo ousou apagar”. A jornada de imersão no mundo medieval tem início junto à Porta da Vila, a partir da qual o Mestre de Cerimónias conduzirá os visitantes pelo cortejo “Arraial, Arraial, pelo Príncipe de Portugal!”.
Entre visitas ao mercado, aos ofícios e acampamentos de outrora, a tarde culmina com um torneio de armas. Sob o sol-posto, nos claustros da Abadia das Lágrimas, os participantes, na condição de convidados de D. Pedro e D. Inês de Castro, manjam iguarias medievais no Banquete Real, enquanto assistem a danças, cantares e encenações, como prestigiados membros da corte.
Na experiência, está ainda incluído o acesso a zonas reservadas ao Cerco D’El-Rei, um espaço que replica o ambiente de um acampamento militar da Idade Média, inspirado no luto e na sede de justiça de D. Pedro. O Cerco é montado no sentido de capturar aqueles que traiçoeira e vilmente assassinaram a amada d’El-Rei, D. Inês de Castro, apagando, assim, um belo amor.
No acampamento, os visitantes poderão assistir aos homens de armas que treinam, em preparação para cumprir com a vontade régia; e aprender o engenho dos mestres de ofício de então. Tudo enquanto falcões rasgam os céus que os encimam.
Dentro do Cerco D’El-Rei, destaca-se o Acampamento dos Petizes, local reservado às crianças que, de forma lúdica, poderão contactar com gestos da guerra e da sobrevivência.
“O Cerco não é apenas uma evocação da guerra — é um grito pela memória de um amor ferido e uma afirmação da cultura e da justiça como heranças intemporais”, sublinha a autarquia.
Ao final do dia, o espectáculo O Juízo Final, produto de uma parceria entre o Mercado Medieval e as companhias Teatro Depressa e Icarus & Lumen, é apresentado ao público.
Dirigido pelo curador Daniel Nunes da Mota, a actuação consiste numa encenação da lenda de Pedro e Inês, na qual as artes do teatro, bailado, fogo e poesia confluem para reinterpretar a coroação póstuma de D. Inês a Rainha de Portugal.
Paralelamente, terão lugar momentos de reflexão, integrados no ciclo de conversas “Aqui Há História”. O ciclo é aberto por João Carlos Soares, dia 19 de Julho, com uma evocação lírica de Ay Deus e u é e encerra dia 27 de Julho, com uma conversa de Joel Cleto, sob moderação de Daniel Mota, no qual é desvendado “O outro lado da história de Pedro e Inês”.
Ao proporcionarem momentos de pausa, escuta e contemplação dentro da festa, as conversas “enriquecem o evento com conhecimento e sensibilidade”, defende o município de Óbidos.
Para mais informações consulte o site https://mercadomedievalobidos.pt.