Sociedade
Ministro falou hoje de uma "evolução muito positiva" desde os incêndios de 2017
José Luís Carneiro participou nas comemorações do Dia do Município, na Batalha
José Luís Carneiro, ministro da Administração Interna, participou hoje na Sessão Solene do Dia do Município da Batalha, onde realçou a evolução “muito positiva” desde os incêndios que deflagraram em 2017.
“Todos os especialistas reconhecem que, desde 2017, houve uma evolução muito positiva em três domínios: no conhecimento; na coordenação e na cooperação entre todos os actores que integram o dispositivo nacional de protecção civil; e os meios”, defendeu o governante, referindo que “há hoje mais meios humanos, materiais e mais recursos financeiros”.
A prova disso mesmo, considerou, “está nos resultados”. O ministro referiu que “mais de 90% dos incêndios em 2022 são dominados até aos 90 minutos” e que “cerca de 90% dos incêndios não queimam mais de 1 hectare”.
Ainda assim, porque entende ser sempre possível melhorar, José Luís Carneiro anunciou três decisões: uma vez extinto o incêndio na Serra da Estrela, serão avaliadas as causas e o método de combate aos maiores fogos deste ano; “a partir da experiência desenvolvida desde 2017, será constituída uma equipa de avaliação com carácter regular, e sistemático, composta por todas as entidades envolvidas no dispositivo nacional e pelos nossos centros de investigação e conhecimento, em articulação com o ministro da Ciência e do Ensino Superior”; e durante o Outono/Inverno, será realizado um Fórum Europeu para partilha das boas práticas, no esforço de adaptação às alterações climáticas no que respeita à prevenção e ao combate aos incêndios rurais”.
Sem querer demitir o poder central da responsabilidade da “definição das políticas de segurança e a responsabilidade de dotar as forças e serviços de segurança dos meios e recursos necessários para cumprir essa missão”, o governante salientou que “as autarquias são parceiras por excelência na definição e concretização destes objectivos”, sendo prioridade ter diálogo “permanente e franco” com todos os autarcas do País para “identificação e resolução” de problemas.
“É disso exemplo o trabalho que temos em curso para a concretização de uma Estratégia Integrada de Segurança Urbana, que assenta nos princípios da prevenção, da proximidade ao cidadão e da promoção de parcerias locais”, realçou.
“Trata-se de uma aposta no policiamento de proximidade que continuará a ter em conta a especificidade de cada território, quer nas áreas urbanas quer no interior, cumprindo o desígnio da coesão territorial”, informou o ministro, acrescentando que também no campo dos incêndios e das cheias, é preciso continuar a trabalhar em parcerias com o poder local. “
O protocolo que hoje foi assinado e que tive a honra de homologar, para a constituição de mais uma Equipa de Intervenção Permanente – a terceira no município da Batalha – é um excelente exemplo desta prioridade atribuída à protecção civil e ao espírito de parceria entre os vários níveis da administração pública e com as estruturas associativas locais”, exemplificou.
“Estamos a viver tempos difíceis”, com “pandemia, guerra na Ucrânia e indústria do fogo”, expôs por sua vez Raul Castro, presidente da Câmara da Batalha, para quem é essencial “falar menos e fazer mais”. As alterações ao Plano Director Municipal, obras de ampliação e de criação de zonas industriais ou a constituição de um novo centro de saúde, são alguns dos seus objectivos, para os quais pretende contar com o apoio do ministro da Administração Interna, bem como com a presidente da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Centro, Isabel Damasceno.
Ainda neste dia de comemoração, Joaquim Ruivo, presidente da assembleia municipal, lembrou que a 14 de Agosto de 1385, a Batalha de Aljubarrota foi decisiva para a pátria que temos hoje. E frisou que o Mosteiro da Batalha, construído para assinalar a vitória contra o rei castelhano, deve lembrar-nos que “as promessas devem sempre ser cumpridas”. Defendeu ainda que há que trabalhar para o desenvolvimento da comunidade e para o bem público.
A manhã de hoje ficou também marcada pela atribuição de medalhas de mérito a: Isabel Pereira Grosso (a título póstumo), Jorge Novo, Pedro Redol, José Monteiro e Paulo Destapado, todos com a Medalha de Mérito Municipal – Grau Prata, e Bernardo Cunha, com a Medalha de Cultura e Mérito Desportivo – Grau Cobre. Foi ainda celebrada a assinatura de protocolos, entre os quais aquele que resultou na atribuição de uma aos Bombeiros Voluntários da Batalha.
Detidos 119 suspeitos de crime de incêndio florestal
À margem da cerimónia, o ministro da Administração Interna disse ainda que este ano foram detidos 119 suspeitos de crime de incêndio florestal, quer pela GNR quer pela PJ, graças ao trabalho de fiscalização e de inspecção, que tem vindo a ser realizado. Além destas detenções, estão em curso outras investigações, para detectar as causas de outros incêndios e que “poderão vir a culminar noutras detenções”, apontou o governante. Com vigilância aérea articulada com os 230 postos de vigia fixos, temos este ano “uma taxa de detenção que está já muito mais acima do dobro daquilo que foi a taxa de detenção nos anos anteriores”, salientou.