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Música dos quatro continentes no Nascentes mais internacional
Há uma banda que já actuou em Glastonbury entre os primeiros 14 nomes do cartaz anunciado hoje pela organização do Nascentes. Também já se conhecem as datas em que a festa se faz nos arredores de Leiria, onde nasce o rio Lis
Uma programação “que cruza oceanos”, destaca a equipa do Nascentes no primeiro anúncio da edição de 2024. O mesmo é dizer que se vai criar na aldeia das Fontes, arredores de Leiria, “uma verdadeira tapeçaria multicultural marcada pelo cruzamento de influências”.
“Que promove a partilha e uma corrente de escuta atenta ao outro, para que possamos, em conjunto, reflectir sobre temas como a vulnerabilidade, a empatia ou a resiliência”, pode ler-se na nota de divulgação.
O Nascentes regressa às Fontes entre 3 e 7 de Julho com artistas de 18 nacionalidades e quatro continentes.
“É o cartaz mais internacional de sempre”, realça a organização, a cargo da CCER MAIS, CRL / Omnichord, que desenvolve o festival em parceria estreita com os habitantes das Fontes e com a Associação Cultural e Recreativa Nascentes do Lis.
No cartaz de concertos divulgado esta quinta-feira há raízes da África do Sul ao País Basco, da Holanda ao Brasil, da Coreia do Sul ao Iémen, da Turquia a Cabo Verde ou Síria, entre outras geografias.
Destaque para BCUC (que já actuaram em Glastonbury), Verde Prato e O., numa lista que inclui ainda Collignon, Yeli Yeli, Rastafogo, Haepaary, Insan Insan, El Khat, Samuel Martins Coelho, La Tremenda Sonora, Arapucagongon, Rizan Said e Claiana.
Um tremendo caldeirão para onde convergem inúmeras sonoridades, que misturam tradição e modernidade.
“O afro-psicadelismo dos BCUC, a música de inspiração globetrotter dos Collignon ou a impressionante reinterpretação que Verde Prato faz sobre a língua e cultura basca. Há ainda espaço para os novos folclores em movimento, tanto o que assenta na diáspora musical das Américas, Ásia e África dos Yeli Yeli, como o que nasce do mergulho nas águas culturais da identidade do Nordeste brasileiro dos Rastafogo”, salienta o comunicado partilhado pelo Nascentes.
“Neste mundo em fluxo constante, os encontros acontecem, muitas vezes, em novas paragens. Veja-se, a exemplo, a forma como as Haepaary reconstroem as rígidas e ancestrais tradições musicais sul coreanas; a força com que os Insan Insan vocalizam questões importantes sobre a legitimidade dos líderes políticos e a defesa da liberdade sob o manto da riqueza da música árabe; o modo como os O. desenham, com mestria, uma ligação entre a urgência do rock experimental e a improvisação do jazz; as incursões que o esquadrão internacional El Khat faz pela folk e pop iemenitas ou os universos de intimidade e urgência do multi-instrumentista e compositor Samuel Martins Coelho”, é referido no texto.
“Um cartaz reflexivo que se consubstancia também em propostas de forte apelo à dança, da salsa caldeirão cultural dos La Tremenda Sonora; à ponte transatlântica entre Cabo Verde e Amazónia dos Arapucagongon; ao hipnotismo dos teclados sírios de Rizan Said ou o imaginário único do cabo-verdiano Claiana”, conclui a organização.
O Nascentes é um evento de acesso livre e os detalhes da edição de 2024 já começaram a ser revelados em www.nascentes.pt.
O festival conta como co-financiamento do Governo de Portugal – Ministério da Cultura / Direcção-Geral das Artes e com o apoio do Município de Leiria.