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Música dos quatro continentes no Nascentes mais internacional

16 mai 2024 10:40

Há uma banda que já actuou em Glastonbury entre os primeiros 14 nomes do cartaz anunciado hoje pela organização do Nascentes. Também já se conhecem as datas em que a festa se faz nos arredores de Leiria, onde nasce o rio Lis

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El Khat, a diáspora do Iémen a partir de Israel
DR

Uma programação “que cruza oceanos”, destaca a equipa do Nascentes no primeiro anúncio da edição de 2024. O mesmo é dizer que se vai criar na aldeia das Fontes, arredores de Leiria, “uma verdadeira tapeçaria multicultural marcada pelo cruzamento de influências”.

“Que promove a partilha e uma corrente de escuta atenta ao outro, para que possamos, em conjunto, reflectir sobre temas como a vulnerabilidade, a empatia ou a resiliência”, pode ler-se na nota de divulgação.

O Nascentes regressa às Fontes entre 3 e 7 de Julho com artistas de 18 nacionalidades e quatro continentes.

“É o cartaz mais internacional de sempre”, realça a organização, a cargo da CCER MAIS, CRL / Omnichord, que desenvolve o festival em parceria estreita com os habitantes das Fontes e com a Associação Cultural e Recreativa Nascentes do Lis.

No cartaz de concertos divulgado esta quinta-feira há raízes da África do Sul ao País Basco, da Holanda ao Brasil, da Coreia do Sul ao Iémen, da Turquia a Cabo Verde ou Síria, entre outras geografias.

Destaque para BCUC (que já actuaram em Glastonbury), Verde Prato e O., numa lista que inclui ainda Collignon, Yeli Yeli, Rastafogo, Haepaary, Insan Insan, El Khat, Samuel Martins Coelho, La Tremenda Sonora, Arapucagongon, Rizan Said e Claiana.

Um tremendo caldeirão para onde convergem inúmeras sonoridades, que misturam tradição e modernidade.

“O afro-psicadelismo dos BCUC, a música de inspiração globetrotter dos Collignon ou a impressionante reinterpretação que Verde Prato faz sobre a língua e cultura basca. Há ainda espaço para os novos folclores em movimento, tanto o que assenta na diáspora musical das Américas, Ásia e África dos Yeli Yeli, como o que nasce do mergulho nas águas culturais da identidade do Nordeste brasileiro dos Rastafogo”, salienta o comunicado partilhado pelo Nascentes.

“Neste mundo em fluxo constante, os encontros acontecem, muitas vezes, em novas paragens. Veja-se, a exemplo, a forma como as Haepaary reconstroem as rígidas e ancestrais tradições musicais sul coreanas; a força com que os Insan Insan vocalizam questões importantes sobre a legitimidade dos líderes políticos e a defesa da liberdade sob o manto da riqueza da música árabe; o modo como os O. desenham, com mestria, uma ligação entre a urgência do rock experimental e a improvisação do jazz; as incursões que o esquadrão internacional El Khat faz pela folk e pop iemenitas ou os universos de intimidade e urgência do multi-instrumentista e compositor Samuel Martins Coelho”, é referido no texto.

“Um cartaz reflexivo que se consubstancia também em propostas de forte apelo à dança, da salsa caldeirão cultural dos La Tremenda Sonora; à ponte transatlântica entre Cabo Verde e Amazónia dos Arapucagongon; ao hipnotismo dos teclados sírios de Rizan Said ou o imaginário único do cabo-verdiano Claiana”, conclui a organização.

O Nascentes é um evento de acesso livre e os detalhes da edição de 2024 já começaram a ser revelados em www.nascentes.pt.

O festival conta como co-financiamento do Governo de Portugal – Ministério da Cultura / Direcção-Geral das Artes e com o apoio do Município de Leiria.