Sociedade

“Não vamos desistir da nossa luta”, garantem professores em protesto na Fonte Luminosa

15 fev 2023 18:31

Cerca de 200 professores de diferentes escolas do distrito concentraram-se ao final desta tarde, em Leiria

Professores concentraram-se ao final da tarde em Leiria
Professores concentraram-se ao final da tarde em Leiria
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Professores concentraram-se ao final da tarde em Leiria
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Centenas de professores de diferentes escolas do distrito concentraram-se ao final desta tarde na Fonte Luminosa, em Leiria, para “mostrar ao ministro da Educação que os docentes continuam vivos e que têm de ser ouvidos”.

“Estamos a lutar por uma escola pública de qualidade e pelo futuro das nossas crianças e jovens, e não vamos ceder. O ministro não nos está a ouvir, portanto a única solução é demitir-se. Ou ele se demite ou isto vai continuar”, assegura Orlando Pereira, dirigente sindical do S.T.O.P., promotor da concentração.

No protesto estava prevista a formação de um cordão humano, que acabou por não ser autorizado, ainda assim, os professores não arredaram pé do local e uma vez mais demonstraram o seu descontentamento com as políticas educativas do Governo. 

Os docentes estão em protesto desde o início de Dezembro e, volvidos dois meses, “nada foi resolvido”, acusa o dirigente sindical.

Hoje à tarde iniciou-se a quinta ronda negocial entre o Ministério da Educação (ME) e os sindicatos, que vai prosseguir na sexta-feira, sobre o novo modelo de recrutamento e colocação de professores. Antes da reunião, a tutela enviou aos sindicatos um documento com novas propostas, que Orlando Pereira considera serem “ainda pior”.

“No documento é referido que os professores têm de concorrer todos os anos, mas se não há vagas, o que é que isso resolve? Além disso, a figura do director continua a surgir no documento enquanto o responsável por decidir quem fica ou não nas escolas. Isto demonstra claramente que não nos estão a ouvir”, afirma.

No que concerne à revisão do modelo de recrutamento e colocação de professores, os sindicatos defendem uma gestão e recrutamento de docentes pela graduação do profissional e sem perfil ou mapas, sem conselhos de directores a seleccionarem o recrutamento.

Sobre o impacto provocado pela greve no dia-a-dia dos alunos e das famílias, Orlando Pereira assegura que os professores têm “procurado minimizar ao máximo esse impacto”.

“Durante estes dois meses, e falando da nossa região, ainda só registámos o encerramento de escolas em dois ou três dias. Nos restantes dias, a greve apenas tem afectado algumas disciplinas, pelo que os alunos não ficam um dia completo sem aulas”, começa por referir o dirigente sindical, salientando que “há alunos que estão a ser muito mais prejudicados por não terem professores em certas disciplinas, resultado das políticas educativas do Governo e da falta de professores”.

Além do modelo de recrutamento, os professores exigem ainda melhores condições de trabalho, o fim das quotas que impedem a progressão na carreira e a recuperação do tempo de serviço.

Os sindicatos criticam ainda a posição do Ministério da Educação, que anunciou que esta será a última ronda negocial sobre o novo modelo de colocação e recrutamento.