Viver
Nova agenda cultural de Leiria tem folhas vazias para serem preenchidas pelo espectador
É uma agenda que é exigente com o programador e com quem assiste
A nova agenda cultural de Leiria, que inclui propostas para o primeiro semestre de 2022, foi hoje apresentada, no m|i|mo - Museu da imagem em movimento, como sinal de esperança no “virar de página” para o pós-pandemia, afirmou o presidente da Câmara, Gonçalo Lopes.
“Há o desejo incansável de voltar a ter experiências como tivemos antes da pandemia. Esta agenda marca esse virar de página”, disse o autarca, considerando que a publicação significa “um novo ciclo na divulgação da programação” do município que é candidato a Capital Europeia da Cultura 2027.
A publicação, que apresenta páginas vazias, muitas páginas, foi apresentada como sendo um trabalho em constante crescimento e que é "mais exigente com quem a usa do que com os programadores", como referiu o coordenador da candidatura de Leiria a Capital Europeia da Cultura, Paulo Lameiro.
O volume, em capa vermelha, reúne propostas de índole diversa, da responsabilidade do município de Leiria e de agentes locais, reflectindo “uma participação e uma carga cultural muito grande”.
“Mais importante do que o documento, é o trabalho de centenas de pessoas, dirigentes associativos, artistas, associações, institutos de ensino superior, escolas”, frisou Gonçalo Lopes, lembrando “todo um 'exército' de produtores culturais” que “anseiam que o ano de 2022 e este semestre já seja direccionados para a cultura em moldes completamente diferentes dos últimos dois anos”.
Leiria que, “mesmo durante o período mais difícil da pandemia”, conseguiu “manter a chama da cultura acesa”, pretende “voltar a trazer o público às ruas, às salas de exposição, ao cinema ou ao teatro, de maneira responsável”.
"Andámos muito tempo a pedir ao público para vir para a rua e, de um momento para o outro, em Março de 2020, as palavras de ordem passaram a ser 'fiquem em casa'. Agora, de maneira responsável, pedimos que voltem aos espaços", adiantou o autarca.
A nova agenda surge como contributo para isso e, também, enquanto reforço para o projecto da Capital Europeia da Cultura (CEC), cuja candidatura Leiria defende no início de Março.
“Hoje, somos Cidade Europeia do Desporto, quando ninguém acreditava que podíamos ser. Em 2017, ninguém acreditava que o Museu de Leiria pudesse ser o melhor museu colaborativo da Europa. E foi. Portanto, tenho a certeza de que [Leiria] é a cidade e a região mais bem preparada para ser CEC, pelo que tenho acompanhado e visitado noutras cidades. Se existir uma avaliação equilibrada e se [o júri] conhecer bem o nosso projeto e as nossas ambições, não tenho dúvidas de que iremos seguir em frente”.
A publicação hoje apresentada pretende ser “uma agenda pessoal que possa ser utilizada para fins na área da cultura e que possa acompanhar o dia-a-dia” da população, explicou a vereadora da Cultura, Anabela Graça, salientando a diversidade de propostas nela contida, que “evidencia a força e importância que a cultura tem em Leiria”.
Entre as várias propostas, a autarca destacou a programação para o Castelo de Leiria, que terá “atenção muito especial”, com “música, teatro e dança todos os fins de semana para surpreender todos os que visitem” a cidade.
O momento serviu ainda para anunciar a nova direcção para o projecto Leiria Cidade Criativa da Música UNESCO, que ficará a cargo do pianista e compositor Daniel Bernardes.