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O Crime do Padre Amaro inspira concerto com mais de 60 músicos e cantores
Filarmónica das Cortes estreia espectáculo neste domingo em Leiria
O romance de Eça de Queiroz que se desenrola em Leiria ganha este fim-de-semana uma nova leitura, com a Sociedade Artística e Musical Cortesense (SAMC) a estrear uma versão de O Crime do Padre Amaro num concerto inédito com mais de 60 músicos e cantores.
A soprano Rita Gama (no papel de Amélia) e o tenor João Pereira (que interpreta Amaro) vão ser acompanhados pela Filarmónica das Cortes (banda e coro) dirigida por Ricardo Monteiro, também responsável pelos arranjos e pela adaptação do texto.
Ao longo de uma hora, o espectáculo pretende “mostrar que não há limites na criação artística”, diz o maestro, que destaca a natureza “versátil” dos agrupamentos filarmónicos, com uma “elasticidade que muitas vezes as pessoas não conhecem”.
No cargo há três anos, Ricardo Monteiro já levou a SAMC pelos caminhos do jazz com o tubista Sérgio Carolino e em todas as temporadas procura desenvolver projectos inovadores que permitam “fugir à rotina das festas e romarias e apresentar “uma oferta musical diferente para a cidade e para os músicos”.
O concerto em que a história de O Crime do Padre Amaro vai ser contada através da música (com narração pelo coro e solistas) está a ser preparado desde o início do Verão e os ensaios começaram há cerca de um mês.
“Tem sido uma jornada intensa”, adianta o maestro, que seleccionou obras de compositores internacionais de música clássica (Anton Bruckner, Giuseppe Verdi, Gabriel Fauré) e também canções populares portuguesas dos séculos XVIII e XIX.
No domingo, 9 de Novembro, pelas 16 horas, o resultado revela-se em cinco andamentos no Teatro José Lúcio da Silva.