Viver
O Povo da Montanha. Do barro nasce o grito do Leirena contra a opressão
A companhia de teatro de Leiria apresenta esta semana pela primeira vez o espectáculo que preparou com uma residência no Brasil junto de duas comunidades indígenas
O espectáculo inicia-se com o sacerdote Lolim a esculpir barro entre canas de bambu apontadas ao céu, enquanto os sons criados por Surma envolvem o cenário onde, ao centro, do interior da massa disforme de corpos cobertos por panos, emergem três mulheres e dois homens, cada um protagonista da história que o Leirena se prepara para contar.
Vestidos com camisolas de clubes desportivos, da Juventus de Itália ao Inter Miami de Leo Messi, constituem o Povo da Montanha, no mapa que o sociólogo Turnbull, aparentemente idealista, talvez até ingénuo, pelo menos à chegada, logo começa a desenhar com ar de quem cai de paraquedas por acidente. Expulsos da zona de conforto, o solo sagrado, devido a uma reserva de caça imposta pelo governo; obrigados a abandonar tradições e modo de vida. E é o chefe da aldeia, Atum, quando se dirige ao cientista estrangeiro, que primeiro dá voz aos novos hábitos e (ausência de) valores: “Não gastes tabaco com ela. É só uma velhinha”.
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