Sociedade
O terror de Bruxelas vivido na primeira pessoa
A capital belga acordou, na terça-feira, sob o efeito do terrorismo. Pela voz de quatro pessoas da região, registamos os momentos que abalaram o coração da Europa.
Joana Benzinho, 39 anos, natural de Pombal, vive a 200 metros da estação de metro de Maelbeek e ouviu a explosão quando se dirigia a pé para o trabalho. "Instalou- se o caos", contou ao JORNAL DE LEIRIA. "As pessoas estavam com um ar perdido e com medo. Já era conhecida a explosão no aeroporto e falava-se em 13 mortos. Os telefones ficaram com as redes congestionadas, o que piorou o estado de ansiedade. As pessoas com quem me cruzei a sair do metro não estavam feridas, fugiam da explosão", descrevia.
A estação de Maelbeek fica no bairro das instituições europeias e o atentado ocorreu à hora de ponta da chegada dos funcionários ao Parlamento, Comissão e Conselho. Como de costume, pela manhã, Joana Benzinho seguia para o Parlamento Europeu, onde é assessora do eurodeputado Carlos Zorrinho, presidente da delegação socialista portuguesa.
Voltou de imediato para casa e, em três minutos, estava agarrada à internet a comunicar com familiares e amigos, alguns deles em Portugal e outros que se encontravam no aeroporto à espera de viajar para o país de origem, aproveitando os dias de férias na Páscoa.
"As autoridades belgas aconselham a que fiquemos nos locais de trabalho ou em casa. Pararam metro, autocarros, comboios e o espaço aéreo está fechado. A cidade está parada", relatava, na manhã de terça-feira, Joana Benzinho, que reside em Bruxelas há 17 anos e assistiu da primeira fila às mudanças provocadas pelo 11 de Setembro. Os atentados desta terça-feira, 22 de Março, não a surpreenderam.
"Vivi de perto a mudança de hábitos e de segurança nas instituições. Esperávamos algo do género, apeapenas não sabíamos quando. Depois do atentado de Paris passámos a viver na espera do terror."
Natural de Leiria, mas a viver há alguns anos em Bruxelas, Apio Ferreira esteve no aeroporto de Zaventem, onde se deu a primeira explosão, pouco tempo antes do atentado. “Passei a pé no local meia-hora antes de rebentar a bomba. Fui buscar o meu filho ao aeroporto. Quando cheguei a casa e liguei a televisão, vi a notícia do atentado e pouco depois soube da bomba no metro”, conta.
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