Sociedade
Onde vai a Câmara de Leiria investir os 39 milhões de saldo de gerência?
Entre velhas promessas, há alguns investimentos novos em carteira na lista de obras que a Câmara quer concretizar com os 39 milhões de euros de saldo de gerência.
Depois de fechar as contas de 2017 com um saldo de gerência de 39 milhões de euros, a Câmara de Leiria aprovou, na terça-feira, a lista de obras e de projectos para os quais pretende canalizar grande parte dessa verba.
Entre algumas promessas mais ou menos antigas, como a requalificação do mercado municipal e da Avenida Heróis de Angola ou a construção do centro de actividades municipal (pavilhão multiusos) e do Jardim da Almoinha, há algumas ideias novas.
Entre as principais novidades estão a criação de um centro de negócios no topo Norte do estádio, ao lado do espaço a ocupar pelas Finanças, a aquisição de um edifício para a instalação da Assembleia Municipal, a construção de um pavilhão inclusivo nas Cortes e a instalação do museu da indústria e do empreendedorismo no antigo edifício da EDP.
No lote de investimentos aprovados estão ainda previstos cerca de 600 mil euros para obras de manutenção do estádio, onde de inclui a substituição da pista de atletismo, e a criação de um centro interpretativo Ernesto Korrodi.
A revisão orçamental foi aprovada com os votos contra da oposição, com os vereadores do PSD a considerarem que a proposta apresentada “ficou muito aquém do que seria desejável e do que Leiria precisa”.
Fernando Costa, líder da bancada social-democrata, falou mesmo numa revisão “acanhadada”, criticando ainda o facto de parte do saldo de gerência – quase 6,5 milhões de euros – ser canalizada para despesas correntes e não para investimentos. “Se o saldo resulta de obras não feitas e adiadas, devia ser aplicado apenas em novas obras”, defendem os sociais-democratas.
Entre os principais alvos da contestação da oposição estão os parques industriais. É que, apesar de a revisão orçamental contemplar cerca de 6,5 milhões de euros para essa rubrica, os eleitos do PSD entendem que estacontinua a não ser uma prioridade para a maioria socialista.
“Há um reforço de verba para o parque de Monte Redondo [4,5 milhões], mas os parques da Maceira, Parceiros, Cardosos, Souto da Carpalhosa e outros ficam sem qualquer previsão”, alegam.
Em resposta, o vereador Gonçalo Lopes, que tutela a área do Desenvolvimento Económico, referiu que “há muito trabalho a fazer” ao nível, por exemplo, do levantamento topográfico das parcelas e de registo, antes de se avançar com a negociação com os proprietários e com os planos de pormenor ou unidades de execução. “É isso que está a ser feito, pelos serviços da câmara e por algumas juntas”, avançou.
Previstos 500 mil para comprar edifício para a AM
Além da “persistência” em obras de utilidade “duvidosa e de grandes consequências financeiras”, como o pavilhão multiusos, os vereadores do PSD criticaram a afectação de cerca de 500 mil euros para a aquisição de um edifício para instalar a Assembleia Municipal (AM), “sem contabilizar as obras de adaptação e equipamento, o que poderão traduzir-se num custo aproximado a um milhão de euro
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