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Orfeão de Leiria e Jazz Valado vão mesmo perder apoios que recebiam há décadas
Os festivais Música em Leiria e Jazz Valado estão fora do financiamento do Estado, pela primeira vez em 40 anos e 21 anos, respectivamente
A decisão final do concurso de apoio sustentado às artes – programação, na modalidade quadrienal, deixa de fora os festivais Música em Leiria e Jazz Valado, que há décadas eram financiados pela Direcção-Geral das Artes (DGArtes).
Orfeão de Leiria (que organiza o Música em Leiria) e Biblioteca de Instrução e Recreio (responsável pelo festival de jazz em Valado de Frades) tinham recorrido da classificação provisória e sabem agora, através da listagem definitiva já divulgada pela DGArtes, que vão mesmo perder os apoios que recebiam, respectivamente, há 40 anos e há 21 anos, por se ter esgotado o montante global disponível.
Para o presidente do Orfeão de Leiria, Vítor Lourenço, a decisão do júri “é inacreditável” e “surpreendente”. A instituição não se conforma e pretende “reclamar para o director geral das Artes”.
“Nos últimos dois concursos ficámos em quarto e quinto lugar a nível nacional”, assinala Vítor Lourenço.
Música em Leiria e Jazz Valado são os projectos com melhor pontuação entre todos os que ficam fora dos apoios do concurso de apoio sustentado às artes – programação, apenas algumas décimas (menos de um ponto percentual) abaixo da última candidatura indicada para financiamento.
“Nunca foi dado tanto dinheiro como este ano nos apoios sustentados, o problema é que houve entidades a receber 400 mil euros por ano”, aponta Adelino Mota, director do Jazz Valado, a quem parece que o júri quis cobrir geograficamente toda a região centro, deixando o distrito de Leiria com apenas uma candidatura aprovada, a da Banda de Alcobaça.
“O plano B para já é concorrer aos apoios pontuais do ano de 2023”, explica ao JORNAL DE LEIRIA.
Tanto Vítor Lourenço como Adelino Mota garantem que os festivais Música em Leiria e Jazz Valado vão realizar-se já no próximo ano.