Sociedade
Pais e alunos queixam-se das refeições mas escolas não registam reclamações
Comida mal cozinhada ou fria são algumas das queixas.
As refeições nas cantinas escolares é um tema que está, novamente, na ordem do dia, depois de pais e encarregados de educação terem divulgado fotografias de refeições escolares sem qualidade ou em pouca quantidade, na zona de Lisboa.
O JORNAL DE LEIRIA foi ouvir vários estabelecimentos de ensino, para perceber como é a realidade das cantinas escolares da região. “Comida mal cozinhada” ou “fria” são apenas duas das muitas queixas de pais e alunos. No entanto, as instituições de ensino ouvidas não registam qualquer reclamação.
Segundo alguns testemunhos as queixas são apontadas à confecção da comida. Enquanto uns referem que “não sabe bem” outros afirmam que é “servida crua”. Houve também quem exemplificasse com “panados quase sem carne, apenas com o pão ralado frito”. A refeição fria foi também outra das reclamações, bem como a alteração da ementa afixada na escola. “Quando vamos almoçar mais tarde o que nos servem não é o que está escrito na ementa porque já acabou”, refere uma aluna de uma escola de Leiria.
Enquanto uns optam por levar comida de casa, outros preferem comer no bar da escola ou mesmo em cafés ou restaurantes. Já a mãe de uma aluna do 3.º ano de uma escola da Nazaré diz que, por vezes, vai buscar a filha para almoçar em casa, pois na cantina a criança “não come”.
Ao comer fora da escola, as opções nem sempre são as mais aconselhadas, pois o aluno “irá optar por alimentos dispersos, mais apelativos aos sentidos, com maior custo financeiro, pouco interesse nutricional e forte impacto negativo na saúde a médio/ longo prazo”, afirma Cátia Pontes, nutricionista.
“No refeitório escolar, o aluno tem acesso a uma refeição completa, com sopa, prato e sobremesa, o que lhe garante mais saciedade e maior fornecimento de vitaminas, minerais e fibras”, acrescenta a especialista.
As nutricionistas Joana Moutinho e Ângela Carvalho reforçam a importância das cantinas. “As escolas são um espaço privilegiado para as crianças desenvolverem bons hábitos alimentares e dadas as dificuldades económicas que muitas famílias atravessam, assume ainda maior relevância.”
“O Ministério da Educação tem orientações para a elaboração de ementas escolares, em que são definidas algumas regras tanto na quantidade como na qualidade dos alimentos a servir em refeitórios escolares, dando também indicações de que o refeitório deverá ser um espaço de educação alimentar”, adianta ainda Cáti
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