Viver

Palavra de Honra | nunca seremos tão bons a viver no presente quanto os animais

15 dez 2024 12:00

Sara Natividade, técnica de sobrancelhas, maquilhadora e actriz

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Já não há paciência… para as guerras de trânsito. O carro torna-se uma cápsula de ego, onde se pode descarregar toda a frustração acumulada. Aquela sensação de “coito” nas apanhadas, onde se pode até fazer "piretes" e ameaçar de pancada sem que haja qualquer consequência.

Detesto… sentir que tenho de ter medo por ser mulher. Medo de um mundo violento, medo de perder os meus direitos, medo de ser julgada…

A ideia…de que as pessoas, de facto, vão interessar-se pela cultura e por temas que envolvem o bem-estar colectivo… Esta ideia realmente fascina-me.

Questiono-me se… um dia vamos ter uma verdadeira igualdade entre homens e mulheres. O dia em que poderemos ter igualdade salarial, ter mais mulheres em cargos de topo e maior equilíbrio familiar. 

Adoro… animais. São os nossos melhores professores. São imensamente mais sábios do que nós em muitas coisas. E, por mais que tentemos, nunca seremos tão bons a viver no presente quanto eles.

Lembro-me tantas vezes… de viajar para a Índia e para a Croácia sozinha. De conhecer pessoas que me fizeram sentir em casa. Lembro-me de me perder, de me encontrar, de me conhecer.

Desejo secretamente… que o mundo seja mais humano. Quero um mundo onde a humanidade seja mais importante que o capital. Que a cultura seja o pilar principal.

Tenho saudades… de ir mais vezes ao Salvador. Adoro a Paula e o Tó! E claro: da comidinha boa. Só não tenho saudades do Josel.

O medo que tive… quando estava num avião e a turbulência era tão forte que eu desatei a chorar. Triste?! Quiçá. Ridículo?! Com toda a certeza. Desde aí continuo a amar e a ser fascinada por aviões, mas respeito muito os céus.

Sinto vergonha alheia… quando estou com pessoas que tentam tanto impressionar que acabam por ser o oposto. Sinto vergonha alheia de pessoas arrogantes e com falta de humildade. 

O futuro… vai ser maravilhoso, só pode ser, não é?! Como me considero agnóstica e meio que desvalorizo superstições… podemos dizer que esta visão está meio virada para Fátima, misturada com um método qualquer de coaching de “ver o copo meio cheio”.

Se eu encontrar… uma moeda de 1 cêntimo no chão, apanho-a. Desde pequena, sempre me disseram que “grão a grão, enche a galinha o papo”. E quem sou eu para desprezar a importância dos cêntimos?

Prometo… ser feliz. Da vida não quero muito, mas quero nostalgias boas, sentir que fiz tudo o que queria fazer e que tudo isto é tão curto que vou aproveitando todos os dias. Um carpe diem ajuizado, estão a ver?!

Tenho orgulho… em mim e nas pessoas que escolhi para estarem ao meu lado. Tenho orgulho nos amigos que fazem parte da minha vida, são a minha força.