Sociedade
PCP considera que zona desportiva de Leiria não tem condições para ter uma estação rodoviária
Concelhia aponta impactos negativos no comércio com a saída da rodoviária da Av. Heróis de Angola
A Comissão Concelhia de Leiria do PCP opõe-se “decididamente” à deslocação do terminal rodoviário para a zona desportiva da cidade, que “deve servir a prática do desporto, com a instalação de equipamentos desportivos que Leiria precisa, incluindo o já previsto pavilhão de desportos”.
“Ao contrário do que foi defendido na reunião da Câmara de Leiria, o PCP entende que não há condições para implantar uma infra-estrutura com a natureza de estação rodoviária na zona desportiva. A visão do PS de cumprir com ‘parâmetros mínimos’ e de que tudo pode ser lá implantado, mostra a miopia política e estratégica do PS em matérias estruturais do desenvolvimento de Leiria”, refere o PCP numa nota de imprensa.
No comunicado, a concelhia afirma que o Município de Leiria encomendou um estudo para “selecção de futura localização de terminal rodoviário em Leiria para substituir a actual central que, de acordo com a informação veiculada pela comunicação social, tudo indicia já ter tido uma localização preferencial pré-determinada”.
“Nestas circunstâncias, a promoção de reuniões públicas configura-se como um mero procedimento pró-forma, à semelhança das alternativas apresentadas.”
O PCP recorda que aqueles terrenos foram expropriados e doados para construção de uma zona desportiva. No quadro do projecto do Euro-2004, a Assembleia Municipal de Leiria, “perante o perigo real de desafectação parcial da finalidade desportiva, decidiu por unanimidade, portanto também com os votos do PS, que aquela era uma zona desportiva, aliás consagrada no PDM”.
A Comissão Concelhia de Leiria do PCP entende ainda que a saída da estação rodoviária da Av. Heróis de Angola “vai provocar um abalo estrutural na economia do centro da cidade com efeitos duradouros por muitos anos e condena a decisão da Câmara Municipal de Leiria de não ter estudado os potenciais efeitos económicos e sociais que tal alteração vai provocar”.
Para os comunistas, “as cidades vivem da mobilidade e o transporte público colectivo de passageiros, incluindo o rodoviário, tem de fazer parte da solução de futuro”.
“O grave problema de poluição resolve-se com viaturas novas e novos combustíveis muito menos poluentes ou outras fontes de energia. Na gare, o problema pode ser resolvido, à semelhança do que se tem feito noutras cidades, com a retirada do telhado, adaptação do edificado e criação de condições de conforto para passageiros e trabalhadores”, sublinha o comunicado.
O PCP admite, contudo, “considerar a possibilidade de uma nova solução exclusivamente para o serviço da rede de expressos, considerando a sua articulação com a rede de caminho-de-ferro”.
Segundo o PCP, a estação rodoviária “só sairá do seu local actual se a Câmara Municipal de Leiria ceder aos interesses imobiliários, como parece ter sido o caso”.
“Mais uma vez em Leiria, agora sob a batuta do PS, são os negócios imobiliários, de maximização da renda fundiária, que determinam a configuração urbana e a sua economia, à margem do interesse colectivo e em favor de interesses privados.”