Desporto
Pepe nunca soube o que é perder e nem uma septicemia o derrotou
Foi o susto de uma vida. O jogador de andebol ultrapassou uma infecção generalizada do corpo. Lentamente, caminha para que tudo volte a ser como antigamente.
Este Verão, o andebol de praia decorreu com uma baixa de vulto. Um dos mais emblemáticos atletas da modalidade não esteve presente. Contudo, não foi por falta de vontade que Pedro Carreira esteve ausente dos areais da região.
Uma septicemia causada pela bactéria Staphylococcus Aeros, que afectou de forma severa as meninges e todo o cérebro, obrigou-o a permanecer várias semanas no hospital de Ponta Delgada, cidade onde actualmente reside. Mas agora, passado o susto, Pepe, como é conhecido no meio, trabalha afincadamente para recuperar a forma que lhe é reconhecida.
“O andebol de praia fez-me muita falta, sem dúvida. Gostava de ter estado lá, mesmo que fosse a assistir. Os Raccoons d'Areia são um projecto de amigos que ajudei a fazer crescer e que foi ganhando notoriedade. Senti falta de lá estar e de acompanhar tanto as vitórias quanto as derrotas”, lamenta.
Ainda assim, garante que não deixou de torcer pela equipa à distância, e acompanhou tudo ao minuto através da informação divulgada nas redes sociais.
Aos 41 anos, Pepe sofreu o maior susto da vida e passou a ver a vida com outros olhos. Em Fevereiro, começou a sentir-se maldisposto, com sintomas de constipação. As dores do corpo começaram a intensificar-se, principalmente na perna direita e zona lombar, mas Pepe ignorou os alertas.
“Fui deixando andar, recorri a um osteopata, armei-me em campeão e achava que aquilo passava. Cheguei a um ponto em que nem posição tinha para estar, porque as dores eram por todo o lado”, recorda.
A namorada insistiu e insistiu para que fosse ao médico e, já com uma consulta marcada, a situação piorou e acabou por ir ao hospital. Ficou internado e depressa foi operado. “Nessa altura, além das dores, já tinha febre e convulsões e tive que ser induzido em coma, pois corria o risco de afectar gravemente o cérebro.”
Os médicos não tiveram dúvidas de que foi atacada por uma bactéria, que lhe afectou o organismo e provocou uma infecção generalizada, que o estava a deixar debilitado. Foi dito à pessoa que o acompanhava na altura, “que tinha de ser operado de imediato, pois estava em risco de falecer”.
Foi intervencionado duas vezes à cabeça e outras duas às costas. “Tiveram de limpar o organismo. Nas costas tinha vários abcessos. Disseram-me que só 10% das pessoas com este tipo de problema sobrevive e é muito raro não ficar com sequelas.”
Dentro de campo, Pepe sempre foi um guerreiro, daqueles que nenhum adversário gosta de enfrentar. A garra que sempre pôs em cada lance foi passada para a luta no hospital. E saiu vencedor.
“Acredito que a competitividade do desporto me ajudou a ult
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