Sociedade
Pequenos e graúdos desafiados a serem pastores por uma manhã em Porto de Mós
Promovida pela Junta de Serro Ventoso, em parceria com a associação Vertigem, a iniciativa 'Pastor por um dia' convida a apascentar 'cabras sapadoras' no Parque Natural das Serras de Aire e Candeeiros.
Ser pastor por uma manhã. É este o convite que a Junta de Freguesia de Serro Ventoso, em Porto de Mós, em parceria com a associação Vertigem, está a lançar a pequenos e graúdos.
Durante três horas, nas manhãs de domingo, os participantes são desafiados a acompanhar o rebanho da junta, composto por cerca de 60 'cabras sapadoras', calcorreando paisagens do Parque Natural das Serras de Aire e Candeeiros.
“Primeiro, assistem aos cabritos a mamar e podem também experimentar a tirar leite. Depois, saem com o pastor e os animais para o mato”, explica Carlos Cordeiro, presidente da junta, frisando que o projecto destina-se “a todas as idades”
Segundo o autarca, um dos objectivos da iniciativa é “a promoção do mundo rural”, estendendo ao turismo e à educação ambiental o projecto das 'cabras sapadoras”, iniciado na freguesia em 2016 para ajudar na prevenção de incêndios, através da limpeza e manutenção de faixas de contenção.
O autarca destaca ainda o carácter pedagógico da iniciativa, através da qual se pretende também “preservar” memórias. “A pastorícia e os rebanhos faziam parte da paisagem do parque natural. Há pessoas que hoje vivem nas cidades que tiveram familiares ligados à actividade e que têm agora a oportunidade de viver a experiência”, refere o autarca.
As inscrições para o “Pastor por um dia” podem ser efectuadas com a junta de freguesia (info@freguesia-serroventoso.pt ou 244 491 555) ou associação Vertigem (vertigempatrimonio@gmail.com ou 927 992 386), com um custo de cinco euros por pessoa.
Projecto premiado
Iniciado em 2016, o projecto das 'cabras sapadoras' de Serro Ventosos foi recentemente distinguido pela Autoridade Nacional de Emergência e Protecção Civil (ANEPC), com uma menção atribuída no âmbito do Prémio de Reconhecimento de Boas Práticas Locais de Promoção da Resiliência. Uma distinção que deixa orgulhoso o presidente da junta.
“O júri reconheceu a eficácia do rebanho. Passados estes anos, é visível a diferença entre as zonas onde o rebanho passa e aquelas onde não passa”, salienta Carlos Cordeiro, contando que a maior dificuldade tem sido a de ter pastor. “Agora, estamos servidos, mas não é fácil. Talvez da iniciativa possam surgir interessados.”