Pinhal de Leiria: Seis anos após o incêndio, Marinha Grande exige mais investimento ao ICNF

No dia em que se assinalam seis anos sobre o fatídico 15 de Outubro de 2017, quando um incêndio destruiu 86% do Pinhal de Leiria, o Município da Marinha Grande reclama mais investimento na recuperação da Mata Nacional.

"Reivindicamos do ICNF [Instituto de Conservação da Natureza e das Florestas] o esforço e investimento necessários, para que seja restaurada a beleza, a biodiversidade e a vitalidade deste património natural, essencial para a qualidade de vida da população, e que as futuras gerações possam dele usufruir", defende o município. 

Em comunicado, a autarquia presidida por Aurélio Ferreira alega que, decorridos seis anos, "a reconstrução recuperação do Pinhal do Rei continua a ser um desafio permanente" e que o trabalho de reflorestação "está longe de estar terminado". Além disso, "novas problemáticas se colocam com o crescimento de espécies invasoras, stress hídrico e o empobrecimento dos solos".

Num vídeo publicado na plataforma para o acompanhamento do plano de recuperação da Mata Nacional de Leiria (MNL), o ICNF faz um balanços dos trabalhos já executados, dando destaque à regeneração natural dos povoamentos de pinheiro-bravo, que permitiu "reconstruir a primeira cobertura" vegetal, dessaa forma, "estabilizar" o solo, "não tendo sido registadas situações de erosão evidentes.

Segundo o ICNF, os jovens povoamentos de pinhal, resultantes desse processo de regeneração, encontram-se em fase "adequada" de desenvolvimento para "uma primeira intervenção de selecção".

Naquele vídeo, o ICNF realça os sinais "evidentes" de recuperação da MNL, mas reconhece a necessidade de continuar as intervenções, nomeadamente, a rearborização das áreas onde a regeneração natural não aconteceu, onde "decorrem trabalhos de preparação de terrenos", bem como o controlo de invasoras.

De acordo com dados disponíveis na plataforma, onde não é possível conferir a data da última actualização, já foram rearborizados 2.645 hectares e estão em execução 2.178 hectares. Os dados indicam ainda que se encontram em curso trabalhos em 1.773 hectares onde houve regeneração natural. Ao nível do controlo de invasoras, segundo o ICNF, foram feitas acções em 794 hectares e estão em execução trabalhos em 671 hectares.

Novas rearborizações na Mata do Urso

Também este domingo, o Município de Leiria anuncia que estão a ser preparadas quatro acções de reflorestação na Mata Nacional do Urso, a executar, este ano, junto à Lagoa da Ervedeira, com plantação de 20 mil novas árvores.

Numa publicação na rede social Facebook, a autarquia explica que essa intervenção resulta de protocolos assinados com o ICNF em 2022 e 2023, que atribuem ao Município de Leiria a gestão de dois talhões naquela mata, num total de 62 hectares. Nessa área, a autarquia "tem vindo a promover várias acções de reflorestação, limpeza e controlo de espécies invasoras, com o apoio da população, de diversas instituições e empresas.

"Oportunamente serão reveladas as datas das [novas] acções de reflorestação e as formas de participação de voluntários nas mesmas", lê-se naquela nota.