Sociedade

Polémica em torno de novos Caminhos de Fátima

9 jun 2017 00:00

Associação alega que percursos a criar vão “atropelar” rota já existente.

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Maria Anabela Silva

Está instalada a polémica. Afastada do recente protocolo assinado entre o Turismo de Portugal, o Centro Nacional de Cultura e a Associação de Caminhos de Fátima (que junta 14 municípios), a Associação dos Amigos dos Caminhos de Fátima (AACF), que desde 2010 já fez mais de sete mil marcações voluntárias de caminhos para a cidade-santuário, vêm agora acusar aquelas entidades de tentarem “destruir o que já existe”.

A acusação é refutada por Diogo Mateus, presidente da Câmara de Pombal e da Associação de Caminhos de Fátima, que lamenta que a AACF “continue a procurar um registo de tensão” num processo onde “todos querem o mesmo: criar melhores condições para os peregrinos”.

Na origem da polémica está o projecto de criação de mais três rotas para ligar o Norte do País à Cova da Iria que, em alguns casos, “se sobrepõem” e “interrompem” percursos que já traçados e “consolidados”.

Rodrigo Cerqueira, um dos fundadores da AACF, avisa que esta situação resultará numa “babilónia de caminhos”, que irá criar “dificuldades” aos peregrinos. “Não temos nada contra o projecto, desde que não destrua o que já existe”, diz aquele dirigente, frisando que os caminhos marcados pela associação “já têm massa crítica” e estruturas criadas, como albergues, e integram “guias internacionais”.

“Em vez de se pegar no que existe e melhorá-lo, com mais informação e mais albergues, optou-se por rejeitar esse trabalho com a desculpa de que há fundos comunitários disponíveis, que é preciso aproveitar”, acusa Rodrigo Cerqueira.

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