Desporto

Pombal pensa num pavilhão multiusos para acolher grandes provas internacionais

10 fev 2017 00:00

O ExpoCentro já recebe praticamente todas as provas nacionais de atletismo de pista coberta, mas será insuficiente para competições mais exigentes. Centralidade de Pombal é trunfo que a autarquia quer aproveitar.

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No passado fim-de-semana foi o Nacional de Juvenis, no próximo será o Campeonato de Portugal. O ExpoCentro, em Pombal, tem um quase monopólio das competições de atletismo de Inverno no País, num espaço que foi construído para ser... um parque TIR. É assim há anos, mais concretamente desde 2008.

A pista de Espinho foi desactivada e a de Braga tem dimensões reduzidas, pelo que não resta outra hipótese à Federação Portuguesa de Atletismo que não seja usar sistematicamente aquele espaço, onde está instalada a pista que foi utilizada em Lisboa, há década e meia, no Mundial de pista coberta.

A verdade é que o Município de Pombal há muito percebeu que o atletismo é uma fileira a ser explorada. É, de resto, há longo tempo, uma aposta pessoal do presidente da autarquia, Diogo Mateus, de tal forma que programa eleitoral de 2013 já constava a criação de um centro de estágios internacional de atletismo para o concelho. Já lá vamos.

Após anos e anos a receber praticamente todas as provas de pista coberta que se realizam em Portugal, este ano Pombal resolveu inovar e candidatou-se à organização do Europeu de veteranos, em 2018.

A intenção foi directamente manifestada aos responsáveis do European Masters Association (EMA) durante a realização do European Athletics Organization, uma convenção que reuniu em Outubro último, na Madeira, representantes das federações e associações de atletismo da Europa.

Pombal esteve presente, mostrou o seu charme e avançou com a proposta. A tarefa não se adivinha, contudo, fácil, pois houve uma outra cidade que se candidatou à organização do evento: Madrid…

Diogo Mateus encara, ainda assim, esta oportunidade como sendo relevante para aferir o nível organizativo da tríade Câmara Municipal de Pombal (CAMP), Federação Portuguesa de Atletismo (FPA) e Associação Distrital de Atletismo de Leiria (ADAL).

É que o Europeu de veteranos reúne habitualmente cerca de 3 mil participantes e as exigências ao nível organizativo serão de monta.

“Se for bem sucedido, poderá levar-nos para outros projectos com mais visibilidade”, garante o presidente, que prevê ainda acolher naquelas instalações algumas competições internacionais de desporto adaptado.

Só que projectos com “mais visibilidade” exigirão, com toda a certeza, espaços de outro nível. E é aí que entronca uma outra ideia de Diogo Mateus.

“A cidade precisa de um espaço desportivo com dimensão adequada à centralidade, à cultura desportiva e à procura que continua a crescer, mas, acima de tudo, que possa ser um palco de e para o Mundo.”

A ideia do multiusos existe, o processo está a avançar, mas o edil não quer entrar em pormenores sem tudo estar definido.

 

Nova centralidade

Pombal está a 168 quilómetros de Lisboa e a outros tantos do Porto. Está a meio caminho entre Leiria e Coimbra. Este novo projecto para que se irá balancear faz parte de uma estratégia que pretende fazer da cidade uma “nova centralidade”.

“Uma função que não pode deixar de ter. Pombal é a localidade do centro o País que junta mais pessoas num raio de menos quilómetros.” São 500 mil cidadãos num raio de 40 quilómetros, albergando as zonas urbanas de Coimbra, Figueira da Foz, Leiria, Marinha Grande, ou Condeixa, sublinha Diogo Mateus.

Para “capitalizar” a localização, o responsável entende ser fundamental criar a tal infra-estrutura, apta para “cultura e desporto” e com uma “dimensão ajustada a uma zona do País onde não existem soluções”. “Será fundamental para nos lançarmos a projectos de outra envergadura, porque capacidade organizativa já todos temos.”

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