Economia

Preço do gás natural sobe para o dobro e asfixia empresas de cerâmica

23 out 2021 08:50

Os empresários da indústria cerâmica da região mostram-se muito preocupados com os aumentos do preço do gás natural, que terão um impacto "brutal". Perda de competitividade é um risco

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Aumento do preço do gás vai ter "impacto brutal e assustador", teme a administradora da Arfai
Ricardo Graça/Arquivo
Raquel de Sousa Silva

Paga actualmente uma factura de gás natural na ordem dos 100 mil euros, corre o risco de ver esse valor subir para 300 mil.

A Vasicol, empresa de Porto de Mós que produz artigos utilitários, de decoração e para jardim, é uma das muitas empresas cerâmicas que temem sofrer aumentos “significativos” deste combustível.

“Agora pagamos o gás natural a 14 euros o kw/hora. Pedi uma proposta e o valor é de 55 euros o kh/hora”, conta ao JORNAL DE LEIRIA Márcio Cardoso, adiantando que o contrato com o actual fornecedor termina em Dezembro e manifestando esperança de conseguir negociar melhores preços.

Caso venha a ter de pagar o gás àquele valor, será bastante preocupante, frisa o empresário. “Estamos a falar de quadriplicar os preços”. Para as empresas de cerâmica, muito dependentes do gás natural para o funcionamento dos fornos, “é um rombo muito grande”, que causa asfixia.

Se os aumentos previstos se concretizarem, a Vasicol terá de comunicar aos clientes aumentos de 20 a 30% nos preços das encomendas. O que é um risco. “Se subirmos os preços, a médio/longo prazo os clientes voltarão para a China”.

A perda de competitividade face aos concorrentes de outros países é um receio partilhado por outros empresários.

“Apoiar as exportações deste País é mesmo isto! Aumentar o gás natural de tal forma que se torne insustentável exportar um dia destes”, ironizou Carla Moreira numa publicação no Facebook.

No caso da Arfai, de Alcobaça, o factor energético (uma das componentes do preço do gás natural) aumentou de 0,16 para 0,32. “O dobro, portanto”, destaca a empresária, que dizia ainda que “o problema é que as companhias fornecedoras não aguentam os aumentos sucessivos e, unilateralmente, alteraram os preços antes do contrato terminar. E podem fazê-lo po

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