Sociedade
Protestos de professores deram as 'boas-vindas' ao ministro da Educação no Centro Escolar de Marrazes
O ministro da Educação elogiou o projecto educativo de Leiria
O ministro da Educação visitou hoje as obras do Centro Escolar de Marrazes, em Leiria, que deverá abrir portas no próximo ano lectivo. À sua espera, João Costa tinha um grupo de professores a exigir "respeito".
“Respeito”, “Governo escuta, professores estão em luta” ou “O tempo é para contar e não para roubar” foram algumas das palavras de ordem, entoadas em uníssono e bem alto com a ajuda de um megafone pelos docentes, que se concentraram à porta do futuro Centro Escolar de Marrazes.
A encabeçar o protesto, Mário Nogueira, presidente da Federação Nacional dos Professores (Fenprof), avisou que iria "entregar ao ministro da Educação uma proposta para a recuperação de tempo de serviço que já tinha sido entregue no Ministério no dia 1 de Setembro", assim como "outros ofícios que lhe foram enviados já este ano escolar e que até hoje, apesar de serem assuntos importantes para os professores não mereceram qualquer resposta”.
Assim que saiu do carro, João Costa não se intimidou com os protestos e dirigiu-se aos professores. Mário Nogueira falou-lhe dos "muitos problemas” para serem resolvidos, lembrando que ainda aguarda os esclarecimentos a um documento entregue no dia 1 de Setembro.
O dirigente sindical voltou a entregar a pasta ao ministro da Educação, a quem disse ainda que os “professores têm direito ao seu tempo de serviço”.
“Temos o simulador no nosso ‘site’ e os professores facilmente concluem que a diferença não é de seis anos e meio. As pessoas não têm dinheiro para a habitação, transportes, deslocações, combustíveis. Se resolverem esses problemas, talvez resolvam os problemas com as faltas de professores”, apontou.
João Costa lembrou-lhe algumas das medidas que têm sido tomadas, nomeadamente os “estágios remunerados” para os futuros professores. “Contamos com os vossos contributos”.
Após a visita ao espaço, o ministro da Educação elogiou o projecto educativo desenvolvido no concelho de Leiria, “em parceria com as escolas e muito rico, pois é muito multidirecional”.
“Já não temos os municípios de betão. Temos os municípios da proximidade, da intervenção em todas as dimensões que são relevantes para a qualidade de vida da pessoa. Um dos dias mais felizes da minha vida enquanto governante foi em 2016, quando lançámos a iniciativa ‘Voz dos alunos’”, salientou.
João Costa assumiu o seu lado “chato” para com a ministra da Coesão Territorial, Ana Abrunhosa, pois também tem um lado “reivindicativo”, “até porque quem está na educação reivindica”.
“Há um ano nunca imaginámos que a lista das escolas [a intervir] chegasse às 451. Deve-se a uma grande tenacidade e determinação da ministra Ana Abrunhosa. Começámos com 17 escolas e em pouco tempo chegámos às 451, porque eu insistia e ela trabalhava. Este será um dos maiores centros escolares que o país vai ter.