Sociedade
Protocolo com CIMRL garante obras no Comando da PSP de Leiria
Polícia está a comemorar 150 anos. Foi o terceiro comando a ser criado no País
A PSP de Leiria assinou um protocolo com a Comunidade Intermunicipal da Região de Leiria (CIMRL) para serem realizadas obras de reabilitação de parte do edifício do Comando Distrital, nomeadamente, a zona de atendimento ao público.
O acordo foi assinado, na terça-feira, durante a cerimónia para assinalar os 150 anos da PSP de Leiria, onde foi também rubricado um protocolo com o Politécnico de Leiria, para ser realizado o programa Universidade Segura.
Domingos Urbano Antunes aproveitou a presença do secretário de Estado do Ministério da Administração Interna e do director nacional e alertou para a “limitação de recursos humanos policiais”, o que obriga, “não raras vezes” a imporem-se “medidas gestionários de mobilização entre subunidades e limitação do gozo de folgas e até de férias”.
“Tudo isto gera um inegável desgaste no efectivo que, aliado ao facto de a média de idades dos agentes deste comando ser de 50 anos e, 49 na geral, e de parte do efectivo estar a acumular funções, agudiza naturalmente esta situação”, sublinhou o comandante distrital da PSP de Leiria.
Tal como o JORNAL DE LEIRIA noticiou recentemente, as agressões aos agentes policiais têm vindo a aumentar, facto que foi realçado por Domingos Urbano Antunes, ao apontar que se tem verificado uma “maior resistência às intervenções policiais, numa clara degradação da relação entre cidadão e autoridade”, de que já resultaram “oito polícias feridos com alguma violência”.
O superintendente afirmou que se “torna urgente que estes comportamentos de agressão aos polícias sejam repudiados e julgados com a maior urgência, independentemente da moldura penal vigente”.
O comandante reclama, por isso, “mais equipamentos de autoproteção, concretamente coletes balísticos e bastões extensíveis, para que se inverta esta lamentável tendência de baixas em serviço decorrentes destas agressões”.
O secretário de Estado da Administração Interna, Telmo Correia, admitiu que pretende dotar a polícia de “melhores condições de trabalho e com melhores instalações”, ao afirmar que o Governo está a “trabalhar numa reestruturação operacional da PSP, para garantir um reforço do policiamento de proximidade e de visibilidade, que passa por um maior número de agentes nas ruas”.
Uma equipa de prevenção e reacção imediata (EPRI) vai reforçar o efectivo do Comando Distrital da PSP de Leiria, revelou ainda Domingos Urbano Antunes, ao explicar que a EPRI contará com “dois motociclos”, que “permitem uma maior mobilidade e celeridade nas situações mais distantes e mais exigentes, com mais-valia de possuir um elevado impacto na visibilidade policial”.
“A razão da criação desta equipa também se prende com a limitação do parque automóvel, que apresenta uma média de idades de 16 anos”, apesar de “com enorme esforço e boa gestão logística” apenas se registar “uma taxa de inoperacionalidade de 10%”.
Domingos Urbano Antunes admitiu que a EPRI irá minimizar a falta de uma equipa de intervenção rápida. “A existência de apenas duas equipas de intervenção rápida, incapazes de cobrir as 24 horas, fragilizam a actuação policial e põe em causa a própria segurança dos polícias, pois não existem forças de reserva para apoiar em caso de maior oposição por parte dos visados”, afirmou o comandante distrital, na cerimónia, onde estavam também o diretor nacional da PSP e o secretário de Estado da Administração Interna.
A ausência de recursos disponíveis, impede a constituição de todas as equipas que estão atribuídas à PSP de Leiria. O superintendente alertou, por isso, para a “limitação de recursos humanos policiais”, o que obriga, “não raras vezes” a impor-se “medidas gestionários de mobilização entre subunidades e limitação do gozo de folgas e até de férias”. Por vezes, é também necessário pedir apoio à GNR, denunciou.
Outro constrangimento que dificulta a acção policial do Comando de Leiria, que foi criado no dia 17 de Junho de 1874, “resulta da grande dispersão territorial entre as subunidades que distam 123 quilómetros entre as mais distantes, ou seja, entre Peniche e Pombal”.
Face à ausência de meios policiais que “possam acorrer com oportunidade”, a PSP solicita “com frequência a prestimosa colaboração da GNR”.
O director nacional da PSP, superintendente Luís Miguel Ribeiro Carrilho, reafirmou "o compromisso de priorizar o bem-estar de todos os polícias", procurando "garantir sempre melhores condições socioprofissionais e financeiras", mas também "assegurar o equipamento adequado, uma formação de qualidade e a criação de um ambiente de trabalho, onde cada membro da PSP se sinta valorizado, respeitado e apoiado".