Sociedade
PSP de Leiria assegura às estudantes que "não existe registo de qualquer crime de violação, tentativa de violação ou assédio"
Há, pelo menos duas semanas, que circula nas redes sociais e Whatsapp um alerta sobre jovens violadas, perseguidas e raptadas em Leiria
Desde há, pelo menos duas semanas, que, nas redes sociais, circula um alerta endereçado às jovens e mulheres de Leiria, advertindo-as para não andarem sozinhas na rua.
O aviso, que se tem multiplicado sempre com novos detalhes, cita o caso de “uma amiga”, que passeava pela fonte luminosa e que foi perseguida por um homem encapuzado e revela ainda a matrícula de um carro que, supostamente, andará a rondar as residências [de estudantes].
Termina, assegurando que uma “rapariga foi violada (...) e tem havido muitas tentativas de violação”.
Outras publicações falam mesmo de raptos.
Questionada sobre a veracidade destes alertas, a PSP de Leiria refere desconhecer quaisquer denúncias formais sobre os assuntos em questão.
Aliás, a força de segurança acaba de publicar na rede social Facebook um comunicado onde afirma que “desde o início do ano lectivo, não existe registo de qualquer crime de violação, tentativa de violação ou assédio, como é sugerido nas publicações”.
Mesmo assim, deixa vários conselhos às jovens, entre eles, memorizar no telemóvel em marcação rápida o número 244 859 859 e a eventuais testemunhas a denúncia destes casos.
“Não recebemos queixas, embora seja um assunto que não deixaremos de investigar”, responde o comissário André Serra, responsável pela esquadra de Leiria.
Também o Politécnico de Leiria garante que não teve conhecimento destas situações e que “não recebeu qualquer denúncia formal relacionada com questões de segurança”.
Mensagens semelhantes todos os anos por esta altura
O presidente da Associação de Estudantes da Escola Superior de Tecnologia e Gestão (AEESTG) de Leiria, um estabelecimento do Politécnico, recorda que tem havido casos de mensagens deste tipo no início do ano lectivo, nas redes sociais.
“As histórias contadas [todos os anos] são semelhantes, o que não invalida que se esclareça a sua autenticidade”, diz Joel Rodrigues, especialmente porque causam alarme social e “deixam as jovens, estudantes ou não, em pânico”.
O responsável esclarece que irá propor, em conjunto com o politécnico, que haja uma reunião com as forças policiais para perceber o que, realmente, se passa.
“Se se passar alguma coisa, que se aja, se não se passar, deveríamos fazer uma campanha de esclarecimento junto das alunas.”
O presidente da AEESTG lembra ainda que, em breve, estará a votação uma proposta do Orçamento Participativo para melhorar iluminação na Rua General Norton de Matos, junto às residências universitárias.
O próprio politécnico esclarece que foram criados mecanismos de segurança em torno “dos seus campi e das suas residências, nomeadamente através da melhoria do sistema de iluminação pública e de serviços de vigilância” e que “todas as residências de estudantes do Politécnico de Leiria têm sistemas de controlo de acesso electrónico, vigilantes e equipamentos de videoporteiro”.