Sociedade
Regularização do Cool Park adiada para o próximo mandato
Residentes nas imediações do espaço de lazer, localizado em Cortes, Leiria, queixam-se do ruído, acusação refutada por quem gere o local

A regularização do Cool Park, localizado na Cortes, Leiria, foi adiada para o próximo mandato autárquico. Este protelamento acontece depois de, na sessão de Assembleia Municipal realizada na sexta-feira, a câmara ter retirado a proposta de declaração de interesse público municipal, que abre caminho à legalização do espaço, parcialmente instalado em área de Reserva Ecológica e Agrícola Nacional (REN e RAN).
A retirada do ponto surgiu, por proposta da bancada do PSD, após a intervenção de um munícipe, residente junto ao Cool Park, que, “em nome dos habitantes do lugar de Moinho Novo”, apresentou um conjunto de reclamações relativas ao funcionamento do espaço de lazer, sobretudo, devido ao ruído.
“Desde que o parque foi criado, a vida na vizinhança passou a ser um desassossego frequente, com a agravante de ser mais acentuado ao fim-de-semana”, queixou-se João Custódio, alegando que, “na fase mais intensa de actividades do parque, “os moradores das habitações mais próximas enclausuram- -se em suas casas, fechando portas e janelas para mitigar os efeitos do barulho”.
A acusação é refutada por Cristina Carvalho, que gere o espaço desde 2016. A responsável garante que “há três anos que o local não tem música ambiente” e que existe “apenas uma festa por ano à noite”, o aniversário da sua filha. “O espaço funcionou diariamente de 18 de Junho e 9 de Setembro, com actividades durante o dia. Às 19 horas acabam as diversões. Agora, só abre aos fins-de-semana, no máximo, até às 19 horas”, afiança Cristina Carvalho, que fala em “queixas sem fundamento”. “O único barulho que se ouve é o das crianças e do soprador de limpar as tendas no final das festas”, acrescenta.
Confirmando que a câmara recebeu “reclamações sobre o ruído”, o presidente da autarquia revelou que os serviços municipais se disponibilizaram para efectuar um exame acústico no interior da casa dos reclamantes, mas “tal foi recusado”. “Continuamos disponíveis para fazer essa avaliação e verificar se a Lei está ou não a ser cumprida”, assegurou Gonçalo Lopes, que aceitou retirar a proposta relativa ao Cool Park da ordem de trabalhos da AM, até porque a mesma não incluía a matriz de ponderação que habitualmente acompanha os pedidos de declaração de interesse público.