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Teatro da Rainha repõe Mandrágora e prepara estreia de Ajax, regresso(s)

10 jan 2023 09:11

A peça de Maquiavel e um texto sobre a guerra marcam a actividade do Teatro da Rainha no mês de Janeiro

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A comédia renascentista Mandrágora é apresentada com elenco renovado
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O grande auditório do CCC – Centro Cultural e de Congressos, em Caldas da Rainha, recebe nos dias 27, 28 e 29 de Janeiro a apresentação de Mandrágora pelo Teatro da Rainha, com encenação de Fernando Mora Ramos.

Uma comédia renascentista cujo fulgor não se perdeu com o tempo”, assinala a companhia, sobre o texto de Niccolò Machiavelli (Nicolau Maquiavel), que é apresentado com elenco renovado e em nova localização, depois de ter estado em cena no Largo da Copa, também em Caldas da Rainha, em Julho de 2022.

Retornado a Florença, vinte anos depois de haver partido para Paris, Calímaco traz na bagagem um objectivo definido: conquistar Lucrécia, a mais bela das italianas. Na companhia de Siro, o empregado, dá conta do seu desassossegado desejo. Há um problema, Lucrécia é casada com o doutor Nícia Calfucci. E, além disso, honestíssima. Como ultrapassar tamanhos obstáculos? Os fins justificarão quaisquer meios?”, lê-se na sinopse.

Também com encenação de Fernando Mora Ramos, o Teatro da Rainha tem em fase de ensaios o espectáculo Ajax, regresso(s), do francês Jean-Pierre Sarrazac, com estreia prevista para o início de Março.

Esta peça inédita, que terá publicação na colecção de livros do Teatro da Rainha com tradução de Isabel Lopes, foi escrita em cima dos trágicos acontecimentos do conflito armado ocorrido na região da Bósnia e Herzegovina no início da década de 1990”, anuncia a companhia de Caldas da Rainha.

O tema da guerra é aqui retomado a partir de um dos mais destacados heróis da Ilíada, celebrizado na peça Ájax de Sófocles, que o texto de Sarrazac convoca num cenário de devastação sem resquícios de heroísmo e totalmente desumanizado. Que diferenças encontraremos entre o Ajax guerreiro que regressa e aquele que partiu? O que resta de humano num homem imerso na desumanidade do campo de batalha? À luz dos dias, não será fácil dissociar esta peça de conflitos actuais como os da Ucrânia, Síria, Iémen”.

Entretanto, o ciclo Diga 33 prossegue a 24 de Janeiro com um encontro dedicado à obra do escritor irlandês James Joyce, em que o convidado é Abílio Hernandez Cardoso, doutorado em Literatura Inglesa pela Universidade de Coimbra com dissertação sobre James Joyce intitulada De Ítaca a Dublin: Ulysses ou a odisseia da palavra.

Ainda em Janeiro, a Sala Estúdio do Teatro da Rainha acolherá, dia 28, a peça Laços, de Daniel Keene, com encenação de Luís Varela e interpretações a cargo de Filipe Seixas, Inês Rocha, Marisela Terra, Rolando Galhardas e Rui Ramos.

Laços é uma produção da companhia de teatro Baal 17 que coloca em cena “gente desprivilegiada e sem poder, em busca de respostas num mundo inóspito”.