Opinião

25 de Abril: A urgência de continuar a luta contra o fascismo!

25 abr 2025 16:02

Só uma sociedade vigilante, com coragem e memória pode fazer os ventos da liberdade continuarem a soprar em Portugal 

Quando devíamos estar a celebrar os 80 anos do fim da Segunda Guerra Mundial e os 51 anos do 25 Abril o mundo e a Europa em particular, estão a caminhar para o esquecimento e para o apocalipse nuclear. A história está a ser reescrita, distorcida, manipulada. E o que devia ser lembrança coletiva torna-se arma política.

Assistimos, diariamente, a uma crescente banalização do autoritarismo, os discursos populistas ganham espaço, direitos conquistados são postos em causa e o militarismo volta a ser tema central da agenda mediática.

A retórica da guerra regressa, com mais força que nunca, países como a Rússia, a China ou o Irão são retratados, sem nuances, como inimigos naturais. Essa narrativa é construída por interesses geoestratégicos, e não pela vontade dos povos tal como o genocídio do Povo da Palestina é tratado como algo normal e aceitável.

Portugal, com a sua história recente de ditadura e libertação, não pode esquecer o que custou conquistar a democracia. O 25 de Abril de 1974 é muito mais que uma data simbólica, foi uma ruptura com quase meio século de repressão, censura e guerra. Foi a vitória da liberdade sobre o medo. E essa vitória precisa de ser defendida todos os dias sem excepção.

Não nos podemos iludir que a luta contra o fascismo terminou em 1945 e em 1974 para os portugueses. Continua hoje, na forma como defendemos os direitos humanos de todos sem excepção, como combatemos a desinformação, defendemos a justiça social e resistimos à indiferença.

O fascismo moderno vem disfarçado de eficiência, de segurança, de “ordem” e falsa prosperidade. Ao aproximar-se mais um 25 de Abril, é urgente relembrar que a liberdade e a democracia não são garantidas. Só uma sociedade vigilante, com coragem e memória pode fazer os ventos da liberdade continuarem a soprar em Portugal e no mundo.

É fundamental que saibamos reconhecer os sinais do passado quando voltam a surgir, mesmo que com novas máscaras de Venturas, Orbans, Melonis ou Trumps. Celebrar Abril não é só repetir palavras de ordem é praticar os seus valores. É rejeitar o medo e o fascismo. É escolher a paz. É continuar a acreditar que nenhum povo nasce inimigo, e que o diálogo deve prevalecer sobre a força das armas. 

Texto escrito segundo as regras do Novo Acordo Ortográfico de 1990