Opinião
Questões para reflexão
Como resposta aos ataques do Hamas de 7 outubro, Israel iniciou o genocídio do povo palestiniano. Opinião de João Carvalho Santos
No próximo dia 24 fevereiro faz dois anos que a Rússia iniciou uma guerra contra a Ucrânia. Como escrevi neste mesmo espaço em 2022, nenhuma guerra é justificável e o agressor será sempre o principal culpado pelas tragédias de uma guerra.
O mundo civilizado deve apoiar o povo ucraniano como todas as vítimas das variadas guerras que ocorrem um pouco por todo o mundo.
A guerra na Ucrânia não é diferente da guerra do Iémene, Iraque, Síria e agora Palestina. Não se pode achar que em alguns casos o agressor tem legitimidade em outros não.
Lamentavelmente, a comunicação social e os próprios governantes portugueses, num total seguidismo da política dos principais governos do ocidente, fazem a análise desta terrível guerra de forma parcial.
A maioria dos jornalistas durante os quase dois anos deste conflito não informou, mas sim opinou e em muitos casos fez uso de informações falsas.
Como podem os cidadãos portugueses acreditarem nos meios de comunicação social quando estes não informam, mas sim criam narrativas parciais e muitas vezes falsas?
Como resposta aos ataques do Hamas de 7 outubro, Israel iniciou o genocídio do povo palestiniano em Gaza.
Dezenas de milhares de crianças, mulheres e homens inocentes já perderam as suas vidas.
Todos os dias o governo criminoso de Israel assassina sem qualquer justificação dezenas de inocentes com o silêncio ou até apoio dos principais líderes ocidentais como Biden (EUA), Olaf Scholz (Alemanha), Macron (França).
Até quando vamos continuar a aceitar que o nosso Governo, mesmo demissionário, continue a apoiar de forma incondicional um Estado genocida e criminoso como o de Israel?
Estes dois conflitos, em particular, podem acelerar a desintegração europeia e as próximas eleições europeias em junho de 2024 serão um duro teste à resiliência das instituições da UE.
É importante refletir sobre os dados de um estudo da YouGov para o grupo de reflexão do Conselho Europeu de Relações Exteriores publicado antes das últimas eleições europeias.
Nesse estudo, em onde Portugal não foi incluído, já mais de metade dos cidadãos da Eslováquia (66%), França (58%), Roménia (58%), Polónia (58%), Itália (58%), Grécia (57%), República Checa (56%), Hungria (53%), Países Baixos (52%), Alemanha (51%) e Áustria (50%) admitiam que o fim da União Europeia aconteceria antes de 2040.
O estudo destacava ainda que 92% dos inquiridos achavam que a desintegração do projeto europeu seria prejudicial para a sua vida.
Que fizeram as instituições europeias nos últimos quatro anos para fortalecer a integração europeia? Será que é com líderes medíocres como a presidente da comissão europeia Ursula von der Leyen que se pode evitar o fim do projeto europeu?
Aos estimados leitores do Jornal de Leiria votos de um bom solstício de inverno e um ano de 2024 com muita saúde.
Texto escrito segundo as regras do Acordo Ortográfico de 1990