Opinião

O genocídio palestiniano

18 nov 2023 16:34

Se todos temos de condenar as ações terroristas do Hamas o mesmo temos de fazer em relação às ações do governo israelita

“Continuamos convencidos de que o povo palestino corre grave risco de genocídio…a hora de agir é agora” “Os aliados de Israel também têm responsabilidade e devem agir agora para evitar seu curso de ação desastroso” (relatores das Nações Unidas, 2 de novembro). “Gaza é um cemitério para crianças” (Secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres) 

Estas declarações de sete relatores das Nações Unidas e do próprio Secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, são fortes e pretendem de forma clara reforçar a necessidade urgente de parar o genocídio palestiniano por parte de um governo israelita no fundo igualmente terrorista como o próprio Hamas. Se todos temos de condenar as ações terroristas do Hamas o mesmo temos de fazer em relação às ações do governo israelita. Que assassina uma criança a cada 10 minutos em Gaza… mais de 4.000 crianças já foram assassinadas desde o início do genocídio israelita.  

O Ocidente, com a sua soberba habitual continua a nada fazer para evitar uma das maiores tragédias do século XXI. Pior, os seus líderes, Biden (EUA), Olaf Scholz (Alemanha), Macron (França) apoiaram publicamente a ofensiva israelita. Como é possível? E o Tribunal Penal Internacional (TPI), que tão lesto foi a emitir um mandado de captura internacional ao presidente da Federação Russa, Vladimir Putin, por indícios de rapto de crianças ucranianas, nada faz em relação os líderes do Estado de Israel…O TPI não passa de um instrumento da política externa dos interesses dos Estados Unidos da América? 

Infelizmente a posição dos governantes portuguesas não é diferente. As declarações do Presidente da República são uma vergonha e a sua incapacidade para justificar as mesmas só mostram que o presidente não está na plenitude das suas capacidades intelectuais. Só seres humanos sem qualidade e dignidade mínima podem justificar o genocídio de um povo, como indiretamente vários representantes políticos de Portugal e Europa têm feito.  

“Na cama que farás, nela te deitarás”, “uma cama mal feita não pode dar um bom sono, enquanto uma cama bem feita torna o sono mais agradável”
O ainda primeiro-ministro de Portugal, António Costa, deveria ter estudado os ditados populares antes de pensar na sua equipa. António Costa conseguiu o mais difícil quando se tem maioria absoluta – instabilidade. Porquê? Porque reuniu à sua volta um conjunto de “lobistas” que apenas representam os interesses de grupos privados e não do País. António Costa colocou o próprio regime democrático em risco e num futuro próximo Portugal dificilmente irá ter um Governo estável que seria fundamental para minimizar o impacto de uma crise financeira e económica que se abate sobre a Europa.