Opinião
Aeroporto em Monte Real: um sms do Ministro é manifestamente pouco
É por demais evidente que a questão relacionada com a possibilidade de abertura da base aérea nº. 5 de Monte Real à aviação civil tem carecido de uma produtiva e, acima de tudo, consequente reflexão.
Todos recordamos com boa disposição o episódio da mensagem divulgada pelo presidente da Câmara Municipal de Leiria onde o ministro das Inf raestruturas e da Habitação garantia que “só o [aeroporto] de Monte Real tem pernas para andar”.
É por demais evidente que a questão relacionada com a possibilidade de abertura da base aérea nº. 5 de Monte Real à aviação civil tem carecido de uma produtiva e, acima de tudo, consequente reflexão.
Tal inabilidade resulta da fraca conjugação de esforços dos diversos agentes políticos da região, ou mesmo de alguma falta de mobilização coletiva, e alargada, em prol de uma causa que se tem arrastado no tempo.
Ainda nesta linha, importa recordar que as primeiras diligências para promover a utilização regular desta base aérea pela aviação civil datam de 1997, tendo em meados dos anos 2000 sido assinado um protocolo pelo então primeiro-ministro Pedro Santana Lopes, passando pela manifestação de disponibilidade por parte do gabinete de Azeredo Lopes, no início do ano de 2016.
Cabe desde já realçar que a região centro do país representa aproximadamente 30 mil milhões de euros anuais para a economia nacional e dispõe de mais de 255 mil empresas, mais de meio milhão de trabalhadores e conta com uma dinâmica social, cultural, turística, académica e empresarial que é transversal aos mais variados setores de atividade.
Esta dinâmica encontra-se consolidada e apenas poderá sofrer um crescendo significativo com a aposta em infraestruturas que assim o permitam.
Acresce aos argumentos socioeconómicos a possibilidade efetiva de um aeroporto civil em Monte Real poder vir a servir de alternativa aos aeroportos de Lisboa e Porto, em caso de impossibilidade de utilização dos mesmos.
Atualmente, em caso de impossibilidade de utilização dos dois supra mencionados aeroportos, os voos são desviados para o aeroporto de Faro e Vigo/Espanha, respectivamente.
Face ao exposto, e a muito mais que poderia ser argumentado, urge compreender e clarificar os reais motivos pelos quais a abertura da base aérea de Monte Real à aviação civil ainda não é uma realidade.
Texto escrito se gundo as regras do Acordo Ortográfico de 1990