Opinião
E nós a pagar!
O atual presidente da Câmara de Leiria tem, como sempre teve, um enorme problema de credibilidade, perante os leirienses, ao ponto de ter perdido as eleições para presidente da junta dos Marrazes.
Por definição, a propaganda consiste na manipulação de informações e ações de fachada cuja utilidade e pertinência são empoladas, ou até fabricadas, com vista a enganar as pessoas, criando nelas uma ideia (falsa) de que o seu promotor é competente sério e empreendedor.
O fenómeno da propaganda demorou a chegar a Leiria, mas chegou em força, pois nunca, como hoje, foram esbanjados tantos recursos financeiros públicos, na promoção pessoal de alguém, como o que está a ocorrer com aquele que hoje ocupa a cadeira de presidente de Câmara de Leiria, cargo que o agora titular usa e abusa para seu próprio proveito e que conseguiu à custa de um golpe na secretaria e de um embuste que passou por dar uma cenoura a Raul Castro de modo a afastá-lo do lugar.
O atual presidente da Câmara de Leiria tem, como sempre teve, um enorme problema de credibilidade, perante os leirienses, ao ponto de ter perdido as eleições para presidente da junta dos Marrazes.
Face ao descrédito, que sabe ter tido sempre, assim que chegou ao cargo meteu toda uma gigantesca máquina de propaganda audiovisual paga pela câmara, ou seja, pelos munícipes, com vista à sua eleição no próximo ano.
O agora presidente da Câmara de Leiria, aproveitando uma oposição que ainda não acordou e explorando a fragilidade dos seus munícipes face à Covid-19, anda numa roda viva de vídeos sobre vídeos, aparecendo de forma tão sistemática que chega a ser ridícula, com discursos contraditórios em que diz ter orgulho dos leirienses, no que diz respeito à pandemia, quando no mesmo vídeo diz que fechou o percurso Polis por causa da irresponsabilidade das pessoas.
Além dos vídeos constantes, deu em fazer “entrevistas” inúteis a membros do Governo, como se o presidente da câmara fosse entrevistador, sem que de alguma delas tenha resultado algum benefício para Leiria ou para quem quer que seja além dele próprio.
Além dessas “entrevistas”, montou todo um circo mediático com ações de pura fachada, como a visita da Ministra da Modernização Administrativa para vir (re)abrir a loja do cidadão.
Essa iniciativa serviu apenas para que, ele próprio, aparecesse nos jornais, pois a ministra nunca teria escolhido Leiria para vir abrir, simbolic amente, a porta de uma loja que a própria inaugurara em Dezembro, portanto menos de seis meses antes, quando há dezenas de outras lojas, por todo o país, que a governante nem sequer conhece.
A cereja no topo do bolo, das ações de fachada e propaganda, deu-se com a criação de uma patética polícia "anti covid", ao mesmo tempo que a própria câmara promove ajuntamentos irresponsáveis de pessoas, ao ponto de suscitar a indignação do delegado de saúde nas redes soc iais.
O nosso concelho tem pela frente desafios gigantescos para resolver, por isso não pode ser liderado por um pequeno político, que apenas pretende manter o próprio emprego.
Leiria precisa, como nunca, isso sim, de uma liderança forte, credível e inteligente, sem medo de enfrentar o poder central, nem os poderes instalados a nível local.
Texto escrito segundo as regras do Acordo Ortográfico de 1990