Opinião
Evidências desconhecidas
Nada é aleatório !?
Isto é o que o me proponho a refletir, pois é com as experiências que se combina a oportunidade e a escolha.
Como coreógrafo, tenho uma relação previligiada com o dito acaso, aleatório, mesmo se um dos métodos utilizados na exploração do movimento seja a improvisação, dentro de certos parâmetros pré-defenidos mas com a liberdade de explorar e de se deixar surpreender e com isto, depois, introduzir algumas restrições para me poder auto-surpreender e me poder encontrar com o inesperado, mas autêntico.
Vejamos, se tivermos um olho sobre o assunto do aleatório, do acaso, se formos um pouco mais sensíveis, podemos ver que esses momentos se podem encontrar em todo o lado.
Isto para dizer que me fascinam os momentos onde as nossas marcas, maneiras, gestos habituais e as nossas certezas vacilam, os momentos onde nos chega qualquer coisa de inexplicável, que podemos dizer de quase ‘mágica’, com novas qualidades.
O sentimento experimentado, de experienciar e sentir de quando somos confrontados perante certas coincidências, na maioria das vezes incompreensíveis, é e continua a ser absolutamente vital para nós, eu acho, esse entendimento, esse sentir que não se procurava.
Certamente tão vital como a felicidade, felicidade em si que pode ter tantas significações, filosóficas, literárias e outras. Talvez uma indispensável ilusão ... A felicidade, sendo a duração e a alegria, o agora. Não há felicidade sem satisfação, sem continuidade.
Em última instância, a felicidade encarna o tempo (talvez), o que fazemos dele e com ele, de como o usamos e se é que o usamos de forma consciente, para melhorar, descobrir, aprender ou simplesmente nos ligarmos a um espaço onde nos possamos encontrar de outra maneira, com outro sentido desconhecido, mas encarnado no momento, no aqui e no agora com aquilo que nos envolve, sejam pessoas, o espaço urbano ou a natureza e os respetivos contextos.
*Coreógrafo
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