Opinião

Ode às mães

15 mai 2025 08:00

Sempre na retaguarda, as mães são como que fiadoras das metas que traçamos

“As mães são o antídoto mais forte contra a propagação do individualismo egoísta.” Estas são palavras do Papa Francisco e como estas muitas outras continuarão a ecoar nos que viam nele um exemplo de pura humanidade. Era frequente emocionar-me com o que dizia e com o tamanho da inspiração que emanava, mas, curiosamente, não chorei na sua partida. Inundou-me antes uma sensação de desamparo sombrio.

Foi-se uma luz, uma âncora, um testemunho, um alicerce que permitia uma espécie de equilíbrio transversal. Sinto que esta ausência se assemelha ao vazio, a um lugar que fica por preencher porque insubstituível. Sinto o mesmo em relação às mães. Quando elas partem o que é que fica? Na verdade, não quero saber nem me permito muito a pensar no assunto, garanto apenas que outra Cláudia permanecerá no lugar que agora ocupo.

Mas, temores pessoais à parte, neste mês que assinala o Dia da Mãe, parece-me que ainda vou a tempo de fazer uma singela homenagem a alguém que é tudo e tanto ao mesmo tempo, sempre!

Não vou dizer que a minha mãe é melhor que a vossa, embora seja impossível distanciar-me do que me tem dado a viver. Vou antes dizer que, contextualizadas à luz da sua dinâmica familiar, todas as mães serão naturalmente diferentes, ainda que iguais e com um princípio que acredito comum: amar ilimitadamente com os recursos que têm ou tiveram disponíveis. Colo, cuidado, sustento, proteção, aconselhamento… a listagem não teria fim.

Sempre na retaguarda, as mães são como que fiadoras das metas que traçamos. A quem ligam ao fim do dia? De quem é o cozinhado que adoram? Onde continuam a sentir-se em casa? Que todas as mães se sintam amadas até ao último suspiro e além dele. Que nunca jamais por um segundo se sintam sozinhas e esquecidas e que o amor entre mães e filhos seja sempre feliz! Que na certeza do amor, se encontre apoio mútuo e presença, pois não há beleza maior que este amor desinteressado.

O Papa Leão XIV apelou à paz no seu primeiro discurso. Ora, quem melhor nos educa no perdão? 

Texto Escrito segundo as regras do Novo Acordo Ortográfico de 1990