Editorial
Passes e … cartões outra vez
O transporte ferroviário, a um custo de 20 euros mensais, podia ser uma excelente opção para os alunos
O novo passe ferroviário anunciado pelo Governo poderá ser um bom incentivo à utilização do comboio. Só é pena não servir de igual modo a totalidade do território nacional, fruto da falta de in-vestimento que se registou nas últimas décadas na ferrovia.
No anúncio do novo serviço, o primeiro-ministro deu o exemplo, entre outros, da economia proporcionada nas deslocações entre Leiria e Aveiro. Mas nem é preciso avaliar um percurso tão distante para perceber que esta medida teria tudo para ser uma boa ajuda para as famílias, trabalhadores e até para o aumento do turismo interno e sustentável, caso a oferta e os horários fossem mais compatíveis com as necessidades e interesses dos passageiros.
Com a escalada de preços que se verifica no arrendamento de apartamentos e quartos para estudantes, o transporte ferroviário, a um custo de 20 euros mensais, podia ser uma excelente opção para os alunos que escolhem tirar os seus cursos superiores em Leiria, Caldas da Rainha ou Coimbra.
Lamentavelmente, quem já o tentou fazer, desistiu em pouco tempo, como se pode constatar pelos testemunhos recolhidos para o trabalho de abertura deste jornal. Consequência também do desinvestimento registado na Linha do Oeste, que serve a nossa região.
Passando dos passes para os cartões, no editorial da semana passada relatámos neste espaço a experiência de um casal de turistas, que não correu da melhor forma na Praia de Paredes de Vitória, no concelho de Alcobaça, depois de terem encontrado uma máquina Multibanco avariada (há dois dias) e pelo menos dois estabelecimentos de restauração que não aceitavam cartões como forma de pagamento.
O objectivo do texto era tão só chamar a atenção para a imagem negativa que uma situação destas pode suscitar, numa praia justamente classificada com Qualidade Ouro, pelo Programa Bandeira Azul.
Em lado nenhum dissemos que a não aceitação de cartões era generalizada, muito menos quisémos “fazer má publicidade” àquela praia, como lamentaram alguns moradores e comerciantes. Apenas pretendemos alertar.