Opinião
Que futuro para Portugal?
O saudoso Henrique Medina Carreira ensinou-nos a olhar para as séries longas da economia e aconselhou-nos a não nos deixarmos enganar com as notícias e os dados de curto prazo.
O mês passado, fiz aqui um balanço muito pouco optimista do ano que agora terminou e dedicarei este meu último texto de uma longa colaboração com o Jornal de Leiria ao futuro de Portugal e dos portugueses, lamentando não poder ser mais optimista. Desde logo, porque enquanto os portugueses viverem na mentira e não souberem avaliar a realidade passada e as probabilidades futuras, não sairão da cepa torta.
A segunda razão para o pessimismo resulta de governo após governo, incluindo o actual, não se vislumbrar uma sombra de estratégia para o País e abundar a táctica política de circunstância, cujo fim essencial é iludir a realidade e enganar os portugueses com o objectivo da manutenção do poder e do enriquecimento das classes dirigentes e dos seus aliados no mundo dos negócios.
O último escândalo das leis feitas no maior secretismo para sacar mais dinheiro aos contribuintes para benefício dos partidos é a demonstração disso mesmo e se os portugueses deixam sem se revoltarem, depois dos fogos e de tudo o mais, que futuro poderemos esperar para Portugal?
O saudoso Henrique Medina Carreira ensinou-nos a olhar para as séries longas da economia e aconselhou-nos a não nos deixarmos enganar com as notícias e os dados de curto prazo.
Infelizmente, poucos aproveitaram a lição e aí andam todos contentes a festejar as temporárias circunstâncias da economia global como se a perda de tempo na definição estratégica e nas reformas necessárias não comprometesse a nossa posição relativa na competição com os outros países, aqueles que sabem o que andam
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