Opinião
Quem passa por Alcobaça?
Muito próximo de onde me casei, abriu um workspace/café chamado Ossos do Ofício e um “ginásio” personalizado chamado New Ground Fitness.
Estive dois meses fora e vi muitas luzes de Natal.
Quando cheguei a Alcobaça, onde moro há quase quatro anos, a discussão era sobre a falta delas.
Alcobaça é sede de concelho e pode até não se medir em luzes ou cornucópias, mas é importante reflectir sobre a sua dinâmic a actual.
São bem conhecidos os seus festivais de música (Cistermúsica, erudito e clássico), Books and Movies (livros) e Doçaria Conventual.
Existe depois um sem-número de actividades e sítios entregues a “privados” dos quais gostaria de destacar dois pela sua localização e pela tentativa em estabelecer mais que um negócio, um conceito: #downtownalcobaca.
Muito próximo de onde me casei, abriu um workspace/café chamado Ossos do Ofício e um “ginásio” personalizado chamado New Ground Fitness.
Apesar da diferença óbvia, é muito “mais aquilo que os une do que aquilo que os separa.”
Ambos os locais são de investimento e conceptualização privada. Vieram recuperar uma zona quase esquecida da cidade, apesar da sua proximidade com o Mosteiro: a área da Fonte Nova.
Reza a lenda que quem beber água dessa fonte, nunca mais “sairá de Alcobaça”, uma espécie de versão líquida do lema desta bonita terra.
Vieram também reabilitar armazéns degradados e esquecidos que se enfileiram pela rua fora e cujo aspecto não contribuía, em nada, para a saúde visual da cidade.
Frequentando ambos, fica-se com aquela sensação de que, não saindo de Alcobaça, estamos numa cidade mais à frente, coisa que acontece infelizmente pouco por aqui desde os fervilhantes anos 90.
Curioso que para aceder a estes locais vizinhos se tenha de passar uma pequena ponte que simboliza a vontade destes espaços de autor: criar pontos de passagem para que Alcobaça não se torne na ilha subúrbio do Mosteiro.
Porque para cá ficar, primeiro tem de se por cá passar.