Opinião
Reservem-se os recursos!
Portugal terá as maiores reservas da Europa, o que torna diversas explorações bastante atrativas para empresas multinacionais.
Foi notícia por estes dias que um investimento numa exploração de lítio em Portugal estaria em perigo. Mas, porque é isto relevante? O lítio, entre outras utilizações, é fundamental para o fabrico das baterias atuais (para equipamento eletrónico, telemóveis, automóveis, etc.) e tem registado uma apreciável valorização: nos últimos cinco anos, o seu preço duplicou.
Portugal terá as maiores reservas da Europa, o que torna diversas explorações bastante atrativas para empresas multinacionais. Contudo, será que o investimento em causa é relevante para o país?
As notícias apontam para um investimento por parte de uma empresa australiana (Novo Lítio, antiga Dakota Minerals) de 185 a 370 milhões de euros numa fábrica de processamento de lítio a construir até 2019. Apesar de uma “ligeira” margem de erro (100%), parece um valor importante, sobretudo para uma região como o interior do país – mina de Cepeda, em Montalegre.
No entanto, é difícil acreditar que a empresa possa assegurar um investimento desse montante, já que a capitalização bolsista (o valor da empresa) não ultrapassa os 15 milhões de euros… Parece estarmos perante mais um caso de uma empresa de reputação e recursos financeiros duvidosos que tentam especular com licenças de exploração de recursos naturais em Portugal.
Não é, de todo, caso virgem. Veja-se o que aconteceu com as licenças de prospeção de petróleo, atribuídas em vésperas de eleições a empresas sem experiência nem capacidade financeira. No entanto, a previsível incapacidade de colocar em funcionamento a exploração destes recursos naturais é uma ótima notícia para o pa&
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