Opinião
Vamos entrar no novo normal
Para além das vantagens competitivas que possam ter mantido ou conquistado durante a pandemia, as empresas têm de responder às novas tendências da economia global, tais como a digitalização, a automação e a economia verde (clima).
Estão aí as vacinas contra a Covid-19, desenvolvidas num prazo extraordinário, graças à aceleração da inovação médica, fruto de uma aliança virtuosa entre a biologia e a tecnologia sob novos conceitos, respondendo à brutal ameaça desta pandemia.
A necessidade aguçou o engenho, mas fica a herança de cooperação inédita e rápida entre várias especialidades, como a biotecnologia, a genética, a matemática aplicada, a computação e a inteligência artificial, entre outras, com a cooperação das entidades reguladoras da saúde que, embora não descurando as suas responsabilidades de garantir a segurança das vacinas aprovadas, esqueceram o primado da burocracia em benefício do bem comum da humanidade.
Fica, assim, a esperança de que poderemos ir retomando a nossa vida e a das empresas a breve prazo.
De qualquer modo, as empresas que resistiram a esta crise poderão, em breve, retomar a sua actividade normal, ou melhor, uma nova actividade normal porque, como sempre aconteceu noutras crises anteriores, as fortes irão emergir mais fortes e as fracas mais fracas, ou acabam ou serão compradas.
Para além das vantagens competitivas que possam ter mantido ou conquistado durante a pandemia, as empresas têm de responder às novas tendências da economia global, tais como a digitalização, a automação e a economia verde (clima).
Não são chavões, mas realidades do futuro.
Basta ver quantas novas empresas emergentes apareceram nesta crise e quanto vendem ou quais foram os lucros astronómicos das grandes empresas tradicionais que investiram na digitalização, como a Amazon.
Relativamente às preocupações climáticas, recordemo-nos que até a China se comprometeu, em Setembro passado, a estar limpa de carbono até 2050, o que era inimaginável até há pouco tempo.
Um dos aspectos críticos para o futuro das empresas, no ambiente de negócios do novo normal, é a questão das pessoas.
Enunciarei algumas situações típicas para abordar, eventualmente, noutros artigos.
O primeiro é o teletrabalho, que continuará, parcialmente, para além da pandemia.
Como enquadrar essas pessoas? Como vamos redesenhar os escritórios do futuro?
O segundo aspecto relaciona-se com a perda de postos de trabalho com a automação e a digitalização e outras tecnologias.
Essas pessoas precisam de aprender novas capacidades e as empresas precisam de encontrar pessoal qualificado para lidar com esses novos postos de trabalho entretanto criados.
A experiência diz-nos que ensinar os novos skills necessários aos nossos empregados cujo posto de trabalho ficou obsoleto é mais barato do que ir contratar novos que, aliás, não abundam e são caros, além de que investir nos nossos empregados aumenta a lealdade, a satisfação do cliente e o sentimento positivo relativamente à marca.