Sociedade

Alunos dão lição ao ministro Tiago Brandão Rodrigues

10 nov 2016 00:00

O ministro da Educação quis ouvir os estudantes antes de avançar para a alteração dos currículos. Na sexta- -feira, mais de 100 alunos dos vários ciclos de ensino reuniram-se em Leiria para debater o estado da Educação e as sugestões foram muitas.

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120 alunos. Cinco salas. 11 escolas. Na sexta-feira, a Escola Secundária Rodrigues Lobo, em Leiria, foi palco de um encontro de estudantes do 1.º, 2.º e 3.º ciclos, secundário e ensino superior de todo o País, que debateram entre si quais os caminhos a seguir rumo ao sucesso escolar. Se julga que as tecnologias e o facilitismo estão entre as prioridades dos alunos, desengane- se.

Os jovens defendem professores exigentes e aulas interactivas, mas sobretudo com destaque para a prática e experimentação e para a participação entre alunos e docentes. As principais críticas são, precisamente, as aulas expositivas, que se tornam “uma seca” e cujo conteúdo perde-se “a meio da aula”. Saindo em defesa dos professores, os estudantes defendem currículos menos extensos e menos densos, assim como turmas mais reduzidas, de forma a permitir o esclarecimento de dúvidas e o acompanhamento da aprendizagem. “Há tantos professores no desemprego, que se calhar podiam dar aulas e as turmas ficarem reduzidas.”

O JORNAL DE LEIRIA assistiu durante alguns minutos aos workshops realizados pelos alunos e verificou que à medida que o ensino vai progredindo, as queixas também sobem de tom. Os meninos do 1.º ciclo estão satisfeitos com as suas aulas, gostam dos edifícios e das disciplinas. Já os alunos dos 5.º e 6.º anos consideram ser importante mais trabalho em grupo e debates dentro da sala.

As principais sugestões chegam dos mais velhos, que lançaram para a discussão a importância do ensino profissional, lamentando que continue a ser visto pela sociedade como o recurso para os “maus alunos” e aqueles que “não querem estudar”.

“Temos mais horas de carga lectiva, existe um estágio que nos põe logo em contacto com o mundo real e prepara-nos para a vida”, garantem os alunos, que sugerem que o ensino regular possa ter também um estágio de Verão na área em que estão a estudar. Isto porque todos defendem a componente prática como fundamental no ensino. “Devia haver uma disciplina que ensinasse coisas práticas, como preencher o IRS, como pedir um
crédito, taxas ou contrato de arrendamento”, exemplificam. A falta de aposta nas artes e no desporto são outras sugestões.

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