Desporto
António Morgado “superfeliz” com quinto lugar na Volta à Flandres
O jovem, natural de Caldas da Rainha, conseguiu o melhor resultado de sempre de um ciclista nacional na competição
O ciclista António Morgado (UAE Emirates), natural de Caldas da Rainha, mostrou-se “superfeliz” com o quinto lugar na Volta à Flandres, o melhor resultado nacional neste ‘Monumento’ belga, conquistado pela terceira vez pelo neerlandês Mathieu van der Poel (Alpecin-Deceuninck).
“Estou superfeliz, não esperava um bom resultado como este. Não acreditaria se me dissessem que ia fazer ‘top 5’, mas estou muito feliz com a prestação da equipa e a minha performance”, declarou ontem o jovem ciclista de 20 anos, após cortar a meta.
O dia em que ‘MVDP’, de 29 anos, somou o quinto ‘Monumento’ do seu palmarés foi também aquele em que Morgado integrou pela primeira vez o ‘top 10’ numa das cinco mais emblemáticas clássicas do ciclismo, sendo quinto classificado, a 1.02 minutos do vencedor, e conseguindo o melhor resultado de sempre de um ciclista nacional na Volta a Flandres.
O caldense de 20 anos, a fazer a sua estreia na prova flamenga e em ‘Monumentos’, chegou à meta no grupo que discutiu o pódio, com o italiano Luca Mozzato (Arkéa-B&B Hotels) a levar a melhor sobre Michael Matthews (Jayco AlUla) na luta pelo segundo lugar – o australiano haveria de ser desclassificado por sprint irregular, com o alemão Nils Politt (UAE Emirates) a ser promovido a terceiro.
O vice-campeão do mundo sub-23 de fundo tentou, inclusivamente, atacar a corrida e isolar-se, mas admitiu, após a prova, que sentiu “dores de cabeça ao início”, mantendo-se motivado em “terminar a corrida, um dos objectivos” para o ano 2024, de estreia no WorldTour.
“Trabalhei para isto. A meio da corrida, comecei a sentir-me superbem e aí, sim, sabia que podia lutar por um ‘top 10’. Sofri muito, porque não estava na melhor posição”, contou.
O jovem luso gabou o trabalho da equipa para levar Politt ao pódio e mostrou-se agradado com a presença da família na meta, num dia em que se apercebeu que pode “lutar por grandes corridas” no ano de estreia entre a elite.
“Não achava que fosse possível este ano. Agora, tenho essa motivação. Estou a começar a gostar destas corridas, não é que não gostasse, mas é um novo desafio”, afirmou.
Esta época, de resto, a temporada de clássicas já vinha indiciando uma forte apetência do jovem das Caldas da Rainha para a primavera belga, e em domingo de Páscoa confirmou as credenciais que trazia – foi segundo na Le Samyn e defendeu-se bem noutras corridas WorldTour.
O próximo grande desafio, no que ao ciclismo diz respeito, é já no próximo domingo, com a temida e afamada Paris-Roubaix, para a qual estão escalados o super-favorito Van Der Poel e António Morgado.