Desporto
Carlos Vieira não conseguiu cortar a meta na última maratona contra a Covid-19
O bombeiro-ciclista recordista do mundo em resistência sobre bicicleta morreu na terça-feira no hospital de Leiria, onde foi hospitalizado após um diagnóstico positivo para a Covid-19
“Perdi o meu irmão.” É desta forma que Francisco Palma resume o seu sofrimento pela morte de Carlos Vieira, o seu grande companheiro de pedalada.
A chorar e com dificuldade em falar, o ciclista e ex-roupeiro da União de Leiria conta ao JORNAL DE LEIRIA que perdeu “o seu irmão”, com quem enfrentou várias aventuras a pedalar um pouco por todo o lado. “Fomos três vezes de Portugal a Roma em bicicleta. Enfrentámos chuva, vento e frio e tudo o mais. Mas estávamos juntos.”
A amizade é longa e a proximidade dos dois levava, muitas vezes, a mulher de Francisco Palma brincar com o facto de estarem tantas vezes juntos: “Passas tanto tempo com ele, que começo a desconfiar de vocês”, revela Francisco Palma, sempre com a voz embargada, triste por ter perdido a mulher em Março e agora aquele que era um dos seus grandes apoios.
“Carlos Vieira era muito boa pessoa. Amigo do seu amigo, esteve sempre ao meu lado quando a minha mulher faleceu. Telefonava todos os dias, sempre muito preocupado comigo”, revela. A notícia da morte de Carlos Vieira “chocou” Francisco Palma. “Não esperava que acontecesse. Terá apanhado a Covid no aniversário da sua mãe. Mas esse vírus anda aí e não se vê. Pode acontecer a qualquer um”, afirma resignado, lamentando o “vazio” que sente por duas grandes perdas tão recentes: a mulher
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