Sociedade
Chamas consomem antigo Convento dos Capuchos em Leiria
Espaço devoluto tem previsto um hotel de luxo para o local
Um incêndio atingiu esta noite o antigo Convento dos Capuchos, em Leiria. Segundo o Comando Sub-Regional de Emergência e Proteção Civil de Leiria, o alerta foi dado pelas 4:39 horas.
Estiveram no local 33 operacionais, apoiados por dez veículos dos Sapadores de Bombeiros, Voluntários de Leiria, Maceira e Ortigosa e as autoridades.
O edifício está devoluto, mas está classificado como imóvel de interesse público.
O verador da Protecção Civil do Município de Leiria, Luís Lopes, explica que as operações de rescaldo ainda estão a decorrer no local e "deverão demorar algum tempo", devido a todo o combustível que se foi acumulando no local.
"As chamas destruíram uma cobertura, mas sem grande significado", adianta, referindo que se desconhece a causa do incêndio.
Em 2019, a proposta para a transformação do imóvel num hotel de charme ganha num concurso público, com um único concorrente.
A secretaria de Estado do Turismo avançou, na altura, ao JORNAL DE LEIRIA que foi entregue uma candidatura, subscrita por um “agrupamento” de empresários, “composto por António Luís Sampaio de Almeida, Carlos Martins Oliveira e Paulo José Pereira De Sousa”.
A proposta “será agora analisada pelo júri” do concurso. Sem revelar pormenores sobre a proposta, que terá ainda de ser validada, António Sampaio, que esteve ligado à gestão do Hotel de Santa Maria e do Hotel de São José, ambos em Fátima, adianta que a proposta aponta para a criação de “uma unidade hoteleira de charme que enobreça e engrandeça Leiria”.
Será um projecto “com qualidade” e “bom para Leiria”, garante o empresário, frisando que, nesta fase, não é possível avançar mais informação. Ao que o JORNAL DE LEIRIA apurou, os outros dois empresários não têm ligações à hotelaria, mas quiseram apostar neste desafio, pela “relevância” do Convento dos Capuchos e pela importância da sua recuperação para a cidade.
O Convento de Santo António dos Capuchos tem origem em 1657, com elementos arquitectónicos típicos dos conventos capuchinos. Em 1770 foi alvo de obras de ampliação, altura em que foram acrescentados os corpos laterais e os portais barrocos.
No século XIX foi alvo de novas obras de ampliação, que lhe conferiram a disposição actual, com o edificado em volta do claustro e do pátio. Com a extinção das ordens religiosas, em 1834, o convento ficou na posse do Estado, que o transformou em hospital militar em 1864. Foi restaurado em 1904 e encontra-se devoluto há vários anos.