Economia

Clima e mosca asiática ameaçam ginja do Oeste

3 set 2020 17:59

Colheita de 2020 com quebras históricas na quantidade de fruto recolhido

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Marcas MSR e Oppidum garantem que não vai faltar licor
DR

A colheita de ginja em 2020 na região Oeste está entre as piores das últimas décadas. No concelho de Óbidos, onde se concentra a maior parte da produção, os empresários do sector falam de “um desastre” originado pelo Inverno atípico, com menos horas de frio. Mas não só. Apontam, também, a disseminação da mosca drosophila suzukii, praga importada da Ásia, que ataca o fruto logo quando se forma na árvore.

“Na minha experiência de 22 anos, nunca aconteceu isto”, afirma Vasco Gomes, gerente da empresa David Pinto & Companhia, de Alcobaça, que explora a marca premiada M.S.R. e se abastece no concelho de Óbidos (tem ginjal e compra a terceiros). A quantidade de ginja recolhida em 2020 é 12 vezes inferior em comparação com o ano passado e cinco vezes face a 2018.

Segundo Vasco Gomes, a drosophila suzukii “ataca de forma voraz os frutos vermelhos” que, depois de serem picados, “ao fim de dois ou três dias estão podres”. Não é a única praga a provocar dores de cabeça aos proprietários de ginjais no Oeste: a capnodis tenebrionis e a caliroa cerasi são outras ameaças.

“Qualquer uma delas teve um aumento exponencial que associo à importação de árvores de ginja”, refere, em defesa da variedade folha no pé ou galega, que só se encontra na região de Óbidos e Alcobaça.

Dário Pimpão, responsável por outro licor premiado, o Oppidum, com sede no Sobral da Lagoa, confirma que “a campanha foi muito fraca”, com “uma produção residual” e quebras “superiores a 90%”. Dos 100 pequenos produtores que regularmente fornecem a empresa, “bastantes nem entregaram” fruto. Inédito? “Lembro-me de duas ou três vezes em 40 anos”. Para Dário Pimpão, a meteorologia “mais irregular” é a “causa maior” da baixa produtividade. No entanto, reconhece o perigo que a drosophila suzukii representa: “Não é complicado combatê-la, mas é preciso combat

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