Sociedade

Comissão da Linha do Oeste teme por futuro da modernização da linha e quer compromisso do Governo 

28 jun 2022 09:21

Covid-19, crise, "falhas de projecto", "escassa experiência do consórcio no planeamento e programação das obras ferroviárias" fazem temer pelo futuro da empreitada

comissao-da-linha-do-oeste-teme-por-futuro-da-modernizacao-da-linha-e-quer-compromisso-do-governo
Requalificação do troço entre Caldas e Leiria ainda sem datas ou medidas anunciadas
Ricardo Graça/Arquivo

A Comissão para a Defesa da Linha do Oeste exigiu, ontem, uma data para a conclusão das obras de modernização, mas o Governo apenas se compromete em terminar as empreitadas Meleças-Torres Vedras e Torres Vedras-Caldas da Rainha em simultâneo.

O resto da ligação, que passaria por Marinha Grande, Leiria e Louriçal, com destino a Coimbra fica, para já, num limbo.

“É preciso que o Governo passe aos actos e, de uma vez por todas, garanta que a obra já iniciada se conclui, comprometendo-se com um prazo para o efeito”, refere a comissão nota nota enviada às redacções.

O Ministério das Infraestruturas, citado pela Agência Lusa, não adianta prazos, referindo apenas que, "apesar dos atrasos actualmente registados, a Infraestruturas de Portugal [IP] prevê que se consiga terminar a empreitada de modernização do troço Meleças-Torres Vedras em simultâneo com o troço seguinte Torres Vedras-Caldas da Rainha", cuja obra é consignada, hoje, terça-feira, em cerimónia marcada para as 15:45 horas, na estação de comboios das Caldas da Rainha, pelo ministro das Infraestruturas e da Habitação, Pedro Nuno Santos.

Dois meses após o primeiro alerta, em Abril, a comissão reforça que as obras entre as estações de Meleças (Sintra) e Torres Vedras “estão paradas”, depois de terem começado em Novembro de 2020.

Uma paragem que a tutela não reconhece, apesar de não haver qualquer trabalho de monta em curso.

O ministério garantiu que as obras nesse troço, orçamentadas em 67,7 milhões de euros e com prazo de execução de 24 meses, "não foram interrompidas”, embora admita “uma considerável diminuição do seu ritmo de execução".

O jornal Público, na sua edição online de 23 de Junho, adianta que o Ministério das Infraestruturas admite que o ritmo desacelerou devido à pandemia da Covid-19 e, mais importante, a "falhas de projecto e à escassa experiência do consórcio no planeamento e programação das obras ferroviárias", factores que, aliados a "graves perturbações nas cadeias logísticas internacionais", e à "baixa faturação e aumentos dos custos e prazos de aprovisionamento nos últimos seis meses, que levaram a uma falta de capacidade financeira" do consórcio.

O troço entre as estações da Malveira e Torres Vedras, será encerrado durante quatro meses, para electrificação dos quatro túneis. 

A empreitada entre Torres Vedras e Caldas da Rainha, que também está atrasado, conta com um custo previsto de cerca de 38 milhões de euros e decorrerá durante 22 meses.

Veja Também