Desporto

Comunidade surfista da Nazaré pede para voltar ao mar

26 nov 2020 14:59

Surfistas de ondas grandes estão impedidos de ir ao mar desde a enchente de 29 de Outubro

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Ondas no mar, surfistas em terra
Above Creators

A histórica sessão de free surf realizada na Praia do Norte no dia 29 de Outubro jamais será esquecida, pelas melhores, mas também pelas piores razões.

É muito provável que tenham sido batidos recordes mundiais numa jornada em que as condições estavam absolutamente perfeitas para a prática da modalidade.

No entanto, a presença de milhares de adeptos na falésia contrariou todas as recomendações de distanciamento social emanadas pela Direcção-Geral da Saúde em tempos de pandemia.

Esta massiva adesão de espectadores levou a uma determinação da Capitania do Porto da Nazaré. Com base num parecer do Delegado de Saúde Regional da Administração Regional de Lisboa e Vale do Tejo, acabaram por ser interditadas as actividades de free surf e tow-in surfing na Praia do Norte.

Alegou o Capitão que a actividade promove a “aglomeração de público, o que constitui um risco acrescido para a saúde pública” no actual contexto de pandemia.

Ora, numa declaração escrita a que o JORNAL DE LEIRIA teve acesso, a comunidade de surfistas da Nazaré pede agora a reversão da medida.

“A aglomeração de multidões na falésia foi inesperada, mas temos a certeza de que não foi nossa culpa. Por isso, sentimos que a punição da proibição foi mal direccionada.”

No documento, assinado por mais de duas dezenas de elementos, entre os quais Maya Gabeira, Lucas Chumbo, Ian Cosenza, Sebastian Steudtner, Michelle des Bouillons, Ale Marciano, António Cardoso e Toby Cunningham, a comunidade diz estar aberta a conversar com a administração da saúde portuguesa e com o município, “disposta a adaptar” a temporada por forma a dar “prioridade à saúde e à segurança públicas”.

“Ansiosos para encontrar um compromisso que beneficie todos”, querem “continuar a surfar e a trabalhar”. Alegam que a centena de pessoas, entre surfistas, pilotos de jet-ski, equipas de segurança e de imagem, que estavam naquele 29 de Outubro na água “a trabalhar” e “arriscando” as vidas numa das condições mais intensas já vividas no planeta.

“Esta é nossa vida e o nosso sustento. Por favor, deixem-nos surfar.”